Cachorro abandonado espera por lar em um abrigo

Por que todos pet shops deviam fazer como a Petz e parar de vender animais?

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A resposta rápida é que animais não são mercadoria; a discussão envolve as cruéis "fábricas de filhotes" e milhões de animais de rua

A semana passada teve vitórias importantes para os animais!

Tudo começou com o resgate de mais de 1.700 cães de um canil clandestino no interior de São Paulo. A ação reacendeu a discussão sobre a crueldade por trás da criação e comércio indiscriminado de animais e a polêmica nas redes sociais culminou em um anúncio da Petz – uma das maiores redes de pet shop do país – de que vai parar de vender cães e gatos.

A mudança impacta muito mais vidas do que as dos cães resgatados no começo da semana. Isso porque, além de parar de comprar filhotes de canis, a Petz também vai ampliar e intensificar seu projeto de adoção e vai usar suas lojas para achar lares para milhares de animais abandonados.

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Filhote em pet shop e cães usados para reprodução no canil Céu Azul

Espero que essa decisão histórica inspire mais pet shops a priorizar a adoção ❤️

O canil clandestino que foi desmascarado infelizmente não é uma exceção ou uma operação de fundo de quintal – o canil Céu Azul fornecia filhotes para diversos pet shops e grandes redes. Para isso, centenas de cães eram mantidos em condições inadequadas, sob maus-tratos e eram explorados cruelmente para produzir crias.

De todas imagens do resgate, uma das que mais me chocou foi a do incinerador – fiquei imaginando quantos animais tinham perdido a vida naquele canil só para que filhotes de raça chegassem às vitrines dos pet shops!

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Imagens do canil Céu Azul mostram os animais em gaiolas e o forno usado como incinerador

O absurdo só aumenta quando pensamos que o Brasil tem milhões de cães e gatos vivendo em ONGs e canis municipais à espera de uma família. As chamadas fábricas de filhotes (puppy mills) existem para atender a grande e indiscriminada demanda por raças específicas, como buldogues, pugs e labradores, enquanto milhares de outros animais são condenados a uma vida de sofrimento na rua ou abrigos superlotados.

Priorizar a adoção é mais ético, sustentável e uma tendência internacional.

O comércio de filhotes em pet shops já é proibido, por exemplo, no Reino Unido e na Califórnia. E só no Brasil, estima-se que mais de 30.000.000 de cães e gatos não tenham lar. Por isso, na semana passada, escrevemos para os principais pet shops do país para pedir que parem de vender cães e gatos e passem a promover a adoção em suas lojas, ajudando ONGs e protetores a doarem seus animais de forma responsável.

Ana (esq.), Epaminondas (centro) e Coringa (dir.) são alguns dos animais que esperam adoção no CCZ de São Paulo (clique para ver mais)

A Petz fez a sua parte. Mas uma das maiores redes do país, que comprava do canil Céu Azul, ainda não nos respondeu: a Petland. Se parassem de vender filhotes, eles poderiam se tornar uma das maiores franquias facilitadoras da adoção no país, cadastrando ONGs e cedendo seus antigos espaços de venda em todos os estados para que animais abandonados achassem uma família.

Temos certeza de que essa seria uma medida que toda a sociedade, incluindo seus clientes, apoiaria e parabenizaria. O que você acha?