Bactérias

Superbactérias: quais os riscos para os seres humanos?

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A promoção do bem-estar animal impacta diretamente a nossa saúde. Afinal, o uso preventivo de antibióticos para reduzir problemas de saúde nos animais leva à resistência antimicrobiana.

Com a evolução da ciência, a saúde das pessoas melhorou bastante no último século. No entanto, junto com o desenvolvimento, vieram muitas epidemias e o planeta tem pago um preço alto pela ganância do ser humano.

Atualmente, enfrentamos não apenas as mudanças climáticas, mas o declínio da biodiversidade, a escassez de terras aráveis ​​e de água doce, além da poluição de mares e rios. E esse desequilíbrio ambiental afeta diretamente a “uma saúde”

Riscos para animais e pessoas

A utilização de antibióticos de forma ampla e irresponsável no sistema de saúde e na produção animal industrial intensiva, para mascarar problemas de bem-estar, tem desencadeado o aumento no número de microrganismos multirresistentes que podem contaminar alimentos, animais, estercos e o meio ambiente. Eles representam sérios riscos para a saúde pública, podendo inclusive originar novas pandemias.

É por isso que a promoção do bem-estar animal impacta diretamente a nossa saúde, afinal, o uso preventivo (profilático) de antibióticos para reduzir problemas de saúde nos animais, causados pelos baixos níveis de bem-estar, leva à resistência antimicrobiana.

Farming and Antimicrobial Resistance

Para frear super-resistência das bactérias é preciso utilizar os antibióticos disponíveis de forma correta. (Foto: Freepik)

E quando as infecções são resistentes aos antibióticos, o tratamento se torna mais caro e as taxas de mortalidade mais altas. Além disso, devido à super-resistência, antibióticos usados anteriormente para tratar infecções comuns ou transmitidas por alimentos podem deixar de ser eficazes.

Estima-se que infecções hospitalares por bactérias resistentes a antibióticos sejam responsáveis por 700.000 mortes de humanos em todo o mundo anualmente. Se essa tendência continuar, as projeções indicam que esse número possa aumentar para 10 milhões de mortes por ano até 2050.

É importante lembrar que antibióticos não são eficazes contra infecções virais. Gripes e resfriados comuns muitas vezes não são causados por bactérias, mas sim por vírus.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) adverte que podemos chegar a um ponto em que seremos resistentes a todos os antibióticos devido a uma crise de superbactérias uma era pós-antibiótico. Isso significa que, de repente, cirurgias comuns, como cesarianas, ou o tratamento de câncer podem se tornar perigosos (até mesmo impossíveis) pois os antibióticos não protegerão contra infecções.

Já pensou o impacto disso na nossa vida?

Como mudar essa tendência

Frear o processo de desenvolvimento de resistência nas bactérias envolve primeiramente utilizar os antibióticos disponíveis de forma correta, na medida certa e prescritos por médicos veterinários.

Além disso, precisamos pensar em uma abordagem de “uma saúde”, que impacta a vida de todos.

Para isso, precisamos:

  • Ter maior controle e transparência sobre a comercialização e uso de antibióticos por parte dos órgãos oficiais e de empresas;
  • Proibir o uso de antibióticos para promover o crescimento dos animais ou de forma profilática (preventiva) para mascarar problemas de bem-estar;
  • Adotar medidas regulatórias pelo governo para controlar a poluição ambiental, que permite a disseminação de genes resistentes a antibióticos no solo, na água e no ar; entre outros.