
7 impactos da agropecuária industrial no meio ambiente e na vida selvagem
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Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, destacamos 7 fatos que mostram como a criação intensiva de animais prejudica o planeta e ameaça a vida selvagem.
1. A agropecuária é responsável por 97% do desmatamento no Brasil nos últimos seis anos
Esse dado é do relatório do MapBiomas, que identifica o setor agropecuário como o grande responsável pelos recentes incêndios florestais no país. Áreas que antes tinham uma rica biodiversidade agora dão lugar a plantações gigantescas, principalmente de soja, que é usada para alimentar animais de criação, substituindo ecossistemas vibrantes por monoculturas.
2. Contaminação da teia alimentar por agrotóxicos
Estudos revelam que agrotóxicos, incluindo substâncias proibidas no Brasil, já contaminam a água e acumulam-se nos organismos, afetando toda a cadeia alimentar. Animais como antas e tamanduás-bandeira têm sido diretamente afetados por esses químicos.
As antas apresentaram alterações em órgãos importantes para o metabolismo e os tamanduás-bandeira, infelizmente, vieram à óbito por intoxicação.
3.Sistemas alimentares geram 74% das emissões brasileiras de gases do efeito estufa
De acordo com o Observatório do Clima, o Brasil tem a agropecuária como principal fonte de emissões de gases poluentes.
O setor de mudança de uso da terra, impulsionado pelo desmatamento, responde por 1 bilhão de toneladas de CO2 (56% do total do setor). Em seguida, vem “a gigante” do país: a agropecuária, cujas emissões são geradas sobretudo pelo rebanho bovino, com 600 milhões de toneladas (34% do setor). A atividade bovina sozinha já emite mais que países inteiros, como o Japão.
A forma como temos produzido nossos alimentos tem sido a grande protagonista brasileira para a crise climática. Mas para onde está indo esse alimento se, no Brasil, em 2023, tínhamos 21,6 milhões de lares em situação de insegurança alimentar, sendo 3,2 milhões em situação grave?
4. Canais de irrigação são verdadeiras armadilhas para a fauna silvestre
Para levar água a lugares que já estão sentindo os impactos das mudanças climáticas por meio da seca, o agronegócio vem construindo canais de água para irrigar e sustentar grandes monoculturas que são verdadeiras armadilhas para os animais silvestres. No Brasil, já são mais de 70 mil km² de área irrigada.
Esses canais viraram armadilhas mortais para animais silvestres. Além de fragmentarem habitats e impedirem a circulação dos animais, suas paredes lisas tornam-se fatais para espécies como lobos-guarás e tamanduás que, em busca de água, acabam afogados.
Lobo-guará morto por afogamento em um canal de irrigação.
5. Uso insustentável do solo pelo setor agropecuário
O desmatamento, as monoculturas e o uso excessivo de maquinário causam erosão, compactação e perda de nutrientes no solo, afetando diretamente a biodiversidade, o equilíbrio dos ecossistemas e a qualidade da água.
6. Uso indiscriminado de antibióticos gera crise de resistência antimicrobiana
Cerca de 75% dos antibióticos globais são utilizados na agropecuária industrial para prevenir doenças pelas condições em que os animais são mantidos e promover seu crescimento.
Essa prática tem acelerado a resistência antimicrobiana (RAM) e não prejudica só os animais, mas também a saúde humana e o meio ambiente. A ONU estima que, até 2050, até 10 milhões de mortes anuais possam ser causadas por essa resistência.
7. A agropecuária industrial impulsiona a crise climática
A agropecuária tem uma relação direta com a crise climática, especialmente devido ao desmatamento e à conversão de florestas em pastos e monoculturas, que reduzem a biodiversidade e liberam grandes quantidades de carbono na atmosfera.
Além disso, a defaunação compromete processos ecológicos essenciais, como a polinização e a dispersão de sementes, enquanto a degradação do solo, causada pelo manejo inadequado, diminui sua fertilidade e capacidade de reter água, agravando secas e enchentes.
A expansão da fronteira agrícola ainda ameaça povos tradicionais e indígenas, guardiões de ecossistemas essenciais para o equilíbrio ambiental.
As alterações no meio ambiente intensificam a frequência de eventos extremos, como enchentes, ondas de calor intensas e secas históricas. Esses impactos afetam tanto a vida animal quanto a humana, comprometendo a Saúde Única, que integra o bem-estar ambiental, animal e humano.