a pod of orcas swimming in the ocean in front of mountains

A história por trás das capturas de orcas nos Estados Unidos

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Descubra como a indústria de captura de orcas começou e terminou nos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, as orcas (também conhecidas como baleias assassinas) são exploradas para entretenimento desde a década de 60. Hoje, 21 orcas vivem em parques de mamíferos marinhos em todo o país. Mas como elas foram parar no cativeiro? Ainda é legal capturá-las na natureza? 

Continue lendo para conhecer essa história.

1965: o começo da exploração de orcas para entretenimento nos Estados Unidos

A história começa em 1965, quando uma orca chamada Namu foi acidentalmente capturada em uma rede de pesca na Colúmbia Britânica. Sabendo que poderiam lucrar com uma "baleia assassina", os pescadores negociaram com Ted Griffin, proprietário do aquário marinho de Seattle (Seattle Marine Aquarium), e o animal foi vendido por U$ 8.000 dólares.

As notícias sobre Namu se espalharam rapidamente e milhares de pessoas viajaram só para ver a orca. Até mesmo um filme de Hollywood foi produzido - Namu, The Killer Whale (em português, Namu, a baleia assassina). Infelizmente, Namu morreu de uma infecção bacteriana causada pela poluição em menos de um ano vivendo em cativeiro.

Fotografia em preto branco retrata a captura de orcas na natureza com redes

Namu no tanque do aquário marinho de Seattle (Foto: The Seattle Times)

Como a demanda para ver orcas de perto tinha crescido bastante e se mantinha em alta, Griffin lançou uma empresa de captura de baleias (a Namu Inc.) para abastecer os parques de mamíferos marinhos com orcas do mar de Salish.

Uma das capturas de Griffin foi um filhote de orca em Puget Sound. Durante a captura, Griffin matou a orca mãe com um lançador de arpões. O filhote era o Shamu (o original), que foi enviado ao SeaWorld de San Diego - a rede era o principal cliente de Griffin - como a primeira orca da empresa. Durante esse período, não haviam regulamentações para a captura de orcas na natureza - a única exigência era de uma licença de rede. 

Em 1970, as atividades da Penn Cove Captures começaram, com o uso de barcos, aviões e explosivos para capturar jovens orcas na natureza. Foi um evento horrível de testemunhar, com os filhotes gritando por suas mães em perigo. 

Fotografia em preto branco retrata a captura de orcas na natureza com redes

"Uma cena de capturas de orcas realizadas em Penn Cove no dia 8 de agosto de 1970, com fêmeas e filhotes tentando escapas das redes que os separavam", por Wallie V. Funk.

Mais tarde, foi descoberto que quarto filhotes capturados haviam ficado presos nas redes e se afogaram depois que um grupo de ativistas tentou libertá-los, mas sem sucesso. Griffin tentou esconder os animais mortos, afundando-os, mas eles foram descobertos no dia seguinte. Com a cobertura da imprensa e clamor do público, o estado de Washington estabeleceu um processo de permissão em 1971 para tentar regulamentar a indústria.

1972: o fim da captura de orcas

Em 1972, a Lei de Proteção de Mamíferos Marinhos foi decretada, encerrando a captura de baleias. Entretanto, o SeaWorld tinha autorização para continuar suas capturas ao apresentar uma isenção por dificuldades financeiras. Nesta época, Griffin deixou o negócio e seu parceiro Don Goldsberry assumiu.

Neste ponto da história, as orcas do mar Salish haviam aprendido a se proteger da captura. A técnica dos animais consistia em rolar seus corpos e deitar as barbatanas dorsais na água, tornando difícil localizá-los. Outra tática adotada pelas orcas era a separação do grupo, onde as mães viajavam com os filhotes para uma direção enquanto os machos agiam como iscas.

De 1973 a 1975 nenhum animal foi capturado.

Em 1976, Goldsberry conseguiu encurralar um grupo de orcas em Budd Inlet, ao norte de Olympia, capital do estado. Goldsberry e sua equipe jogaram explosivos subaquáticos (seal bombs) e perseguiram as orcas em uma lancha. Por perto estava Ralph Monroe, ex-secretário do Estado de Washington, que navegava com sua esposa quando testemunharam as capturas e ficaram horrorizados ao ouvir os gritos das orcas.

Sabendo que isso era inaceitável e antiético, Monroe procurou a mídia e o governador Dan Evans que, em poucas horas, iniciou uma ação judicial e entrou com uma ordem de restrição federal proibindo o SeaWorld de mover os animais. O estado venceu após uma batalha legal e o SeaWorld foi proibido de capturar orcas em Washington.

Depois disso, a empresa ainda tentou capturar animais no Alasca, mas também não foi bem-vindo por lá. Eles, então, se mudaram para a Islândia, capturando orcas famosas como Tilikum (do documentário Blackfish) e Keiko (do filme Free Willy). 

Fim das capturas - mas não o fim do sofrimento animal

Apesar das capturas de orcas terem chego ao fim nos Estados Unidos, as consequências são sentidas até hoje. Ao todo, mais de 200 orcas foram retiradas da natureza. As orcas que vivem em Puget Sound e nos arredores, por exemplo, perderam um terço de sua população. Hoje, eles estão ameaçados de extinção e enfrentam o declínio do salmão (seu principal alimento), a poluição sonora e a má qualidade da água.

Atualmente, apenas uma orca capturada no mar de Salish permanece em cativeiro. Tokitae, também conhecida como Lolita, vive no aquário Miami Seaquarium há 51 anos, no menor tanque de orcas do mundo.

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Você pode ajudar Tokitae e outros golfinhos e baleias explorados para entretenimento ao não aceitar vê-los em cativeiro.

Não se engane com um sorriso: animais criados em cativeiro não são felizes!

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Mais de 200 orcas foram retiradas da natureza. As orcas que vivem em Puget Sound e nos arredores, por exemplo, perderam um terço de sua população.