Two wild whales at sunset

Novo programa global incentiva o turismo responsável com animais selvagens

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Lançado pela Proteção Animal Mundial e World Cetacean Alliance, o programa busca mudar para sempre a forma como as pessoas viajam para ver animais silvestres.

Intitulado como "Áreas de Patrimônio da Vida Selvagem" (Wildlife Heritage Areas, em inglês), o programa lançado pela Proteção Animal Mundial e World Cetacean Alliance tem como objetivo incentivar o turismo de forma correta e responsável, permitindo que os viajantes tenham experiências e conexões com a natureza de forma genuína.

Desenhado para oferecer encontros responsáveis com animais selvagens, o programa foi desenvolvido em resposta à crescente demanda de turistas que buscam experiências únicas com a vida selvagem e que cada vez mais se preocupam com a ética em relação ao tratamento dos animais.

Em parceria com empresas de viagens responsáveis e instituições do terceiro setor, o programa busca mudar a forma como as pessoas viajam para interagir com animais silvestres. Além disso, a iniciativa ajudará toda a indústria do turismo a identificar destinos onde as comunidades locais protegem a vida selvagem.

Para o Diretor da Campanha de Vida Selvagem da Proteção Animal Mundial, Nick Stewart, é possível manter e incentivar o turismo de maneira responsável e ajudar as comunidades locais levando em consideração o bem-estar animal

“Estamos muito satisfeitos em apresentar o programa Áreas de Patrimônio da Vida Selvagem como uma solução para o turismo de exploração da vida selvagem. Nossa expectativa é que as empresas de viagens de todo o mundo enxerguem que passeios em elefantes, espetáculos com golfinhos ou interações muito próximas com animais selvagens podem ser extremamente nocivos às espécies”, explica Nick.

A woman can be

Alguns lugares integrantes do programa

Na América do Sul, um dos participantes do programa e que se destaca como exemplo de turismo responsável é a Área Patrimonial dos Macacos-da-noite da Amazônia, que cobre 640 m² em Vista Alegre, na fronteira entre a Colômbia e o Peru.

“O local oferece aos viajantes atividades de baixo impacto na natureza, como caminhadas na floresta, turismo de observação e de experiência", conta Angela Maldonado, fundadora da Entropika, ONG conservacionista e parte da Wildlife Heritage Network.

"Todos os viajantes são guiados por moradores locais experientes que também atuam como administradores da floresta. A função deles é extremamente importante para ajudar a manter o equilíbrio de todo ecossistema e aliviar a pressão que os macacos enfrentam, tanto devido ao turismo quanto por questões mais sérias, como desmatamento e o tráfico de animais”, complementa.

Outro exemplo é a Área Patrimonial do Urso Marsicano, na Itália, lar do urso-pardo que está ameaçado de extinção. O animal é parte central da história e da cultura local, exigindo atenção para que sua existência seja preservada.

Kingfisher in the wild

E o Brasil?

No Brasil, comemoramos o reconhecimento de uma região como candidata a integrar o programa, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. A unidade de conservação estadual, situada no coração da Amazônia, entre os rios Solimões, Japurá e Auati-Paraná, é a maior reserva em ecossistema de várzea na Amazônia brasileira.

“A participação no programa Área Patrimônio da Vida Selvagem colabora sobremaneira no reconhecimento do trabalho de conservação na Reserva Mamirauá na proteção da fauna e ecossistemas aliados com a promoção da qualidade de vida das comunidades tradicionais locais. Mostra, também, que o turismo realizado de forma sustentável é uma excelente ferramenta de conservação”, avalia Pedro Meloni Nassar, Coordenador do Programa de Turismo de Base Comunitária no Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.

Eagle soaring above water about to catch prey

Áreas reconhecidas até o momento

Agora, os turistas têm a oportunidade de explorar destinos responsáveis e apoiar ativamente as comunidades que preservam a vida selvagem ao mesmo tempo que desfrutam de experiências envolventes e sustentáveis a longo prazo.

Até o momento, as areás candidatas ou designadas são:

  • Área Patrimonial dos Macacos-da-noite da Amazônia (Candidato), Peru/Colômbia
  • Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (Candidato), Brasil
  • Área Patrimonial do Urso Marsicano (Candidato), Itália
  • Área de Patrimônio das Baleias nas Ilhas Whitsundays (Candidato) Austrália
  • Área de Patrimônio das Baleias no Canal de Santa Bárbara (Nova designação), Estados Unidos
  • Área de Patrimônio das Baleias em Madeira (Nova designação), Portugal
  • Área de Patrimônio das Baleias na Baía de Plettenberg (Designado), África do Sul
  • Área de Patrimônio das Baleias na Baía de Algoa (Designado), África do Sul

No programa, as designações têm significados específicos:

  • "Candidato" indica que o local progrediu para o segundo nível do processo de designação, que tem três níveis no total;
  • "Designado" refere-se à conclusão bem-sucedida de todos os níveis de designação.
  • "Nova designação" significa a recente conquista do terceiro nível, designando uma nova adição à rede de àreas de patrimônio da vida selvagem.

As Áreas Patrimônio da Vida Selvagem também criarão novas oportunidades para os turistas se envolverem com a cultura e biodiversidades únicos que sustentam a vida selvagem de cada comunidade local. Isso ajudará a gerar um sentimento de orgulho e renda para a proteção responsável da vida selvagem e dos habitats.

As Áreas de Patrimônio da Vida Selvagem identificarão destinos onde as comunidades locais protegem a vida selvagem