Porcos amontoados em galpão de criação

Bactérias multirresistentes são encontradas em carne de porco vendida em supermercados no Brasil

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Pesquisa realizada em quatro países, entre eles o Brasil, mediu o impacto do uso excessivo de antibióticos no sistema de criação de porcos

Uma pesquisa encomendada pela Proteção Animal Mundial encontrou bactérias multirresistentes em amostras de carne de porco vendida em algumas das principais redes de supermercados do Brasil, Austrália, Espanha e Tailândia.

No Brasil, cem amostras foram coletadas nas redes Carrefour, Extra, Pão de Açúcar e Walmart e analisadas pela Universidade de São Paulo. Em todas elas, os testes detectaram a presença generalizada de bactérias resistentes a antibióticos.

Leia o relatório

O caso mais preocupante foi encontrado em carnes vendidas em lojas do Walmart, que apresentaram bactérias resistentes à colistina e ao ceftofour, antibióticos considerados de alta importância para saúde humana pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Esse resultado alarmante pode revelar os danos causados pelo uso excessivo de antibióticos nos sistemas de criação de porcos.

“O uso excessivo de antibióticos na pecuária já é reconhecido pela OMS e pela Organização das Nações Unidas como um fator importante para a ascensão de bactérias resistentes a antibióticos, que causam a morte de milhares de animais e pessoas em todo o mundo”, explica José Rodolfo Ciocca, Gerente de Campanhas de Animais de Fazenda da Proteção Animal Mundial.

Pesquisas realizadas no Brasil, Austrália, Europa, EUA, China e Tailândia já haviam mostrado que quanto maior o uso de antibióticos (especialmente na ração ou água), maiores são as taxas de bactérias resistentes a antibióticos presentes entre animais criados em sistemas intensivos.

Uma relação perigosa

Cerca de 131 mil toneladas de antibióticos são usadas na pecuária todos os anos, em todas as cadeias de criação. E, entre todas as cadeias de criação, a de porcos é o que mais utiliza esses medicamentos.

“Muito além de tratar enfermidades, os antibióticos são comumente utilizados para evitar doenças causadas por problemas no manejo e altos níveis de estresse sofridos por animais em confinamento extremo”, afirma Ciocca.

Nos leitões, o medicamento é administrado após o desmame precoce, o corte de cauda e a castração sem anestesia. Já as porcas-mães são medicadas para que não desenvolvam infecções causadas por ferimentos e pelo estresse de viver em gaiolas do tamanho de uma geladeira comum por todo sua vida. Os remédios também são uma alternativa para evitar doenças em galpões superlotados de animais, onde o estresse é constante.

As condições cruéis e inaceitáveis criadas pelos produtores de carne de porco são o terreno ideal para o surgimento de bactérias multirresistentes. Em vez de proporcionar uma vida melhor para os animais, com altos padrões de bem-estar, eles usam antibióticos para impedir ​​fiquem doentes.

Os supermercados precisam agir

As condições em que milhões de porcos são criados causam imensa dor e estresse a eles, o que leva ao uso excessivo de antibióticos. Mas existe um caminho melhor.
 
“Nós testamos produtos de carne suína para mostrar como a indústria de suínos contribui para o surgimento de bactérias multirresistentes e para fornecer evidências aos supermercados para que assumam a responsabilidade e ajudem os porcos”, explica Ciocca.
 
Os supermercados podem fazer parte de uma mudança positiva pelos animais, exigindo que seus fornecedores de carne suína criem os animais da forma correta e com altos padrões de bem-estar. Por isso, estamos pedindo aos grupos Pão de Açúcar, Walmart e Cencosud assumam um compromisso público.

Assine a petição e ajude-nos a pressionar a JBS a limpar sua cadeia de produção. 

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