Após 30 anos, baía seca e extingue vida aquática local na Serra do Amolar
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Peixes como pintados, cascudos, sairus e até jurupocas são vítimas diretas da seca que assola o Pantanal nos últimos três anos
Em visita de campo na região da Serra do Amolar, na porção sul mato-grossense do Pantanal, município de Corumbá, a equipe da Proteção Animal Mundial se deparou com uma situação desoladora: a seca da Baía do Campo.
Localizada na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Engenheiro Eliezer Batista, também conhecida como Novos Dourados, a Baía do Campo, parte da Bacia do Rio Paraguai, é essencial para a segurança hídrica e alimentar não só dos peixes que nela vivem, mas também de pequenos, médios e grandes mamíferos, aves migratórias e residentes, além de espécies de répteis e anfíbios que habitam suas margens.
“A drenagem de uma baía como essa é muito complexa. Existe uma dinâmica de flora aquática que é base alimentar para muitos animais. Além disso, as baías são berçários para os peixes pantaneiros e refúgio para os indivíduos mais jovens”, explica a bióloga e médica veterinária, professora da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) em Campo Grande, Paula Helena Santa Rita.
Acostumada com o ciclo de cheias e vazantes da planície pantaneira, a professora informa que, de acordo com as comunidades locais, a Baía do Campo só enfrentou uma drenagem tão intensa há aproximadamente 30 anos. Mesmo com o acirramento da seca dos últimos três anos, a Baía só secou completamente no começo de agosto 2021. É importante notar que o fenômeno acontece em uma das maiores áreas úmidas do planeta.
O cenário encontrado pela nossa equipe ao visitar a área foi alarmante: completamente seca, a Baía do Campo só apresentava uma pequena poça de água no seu centro, onde algumas dezenas de peixes lutavam pela vida em meio a água barrosa.
O apoio que estamos dando ao Instituto Homem Pantaneiro irá beneficiar diretamente a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Engenheiro Eliezer Batista e, consequentemente, milhares de animais silvestres que habitam a região. O Instituto é o mantenedor da RPPN, onde aloca a Brigada do Alto Pantanal, um grupo de brigadistas privados que atua na prevenção e combate ao fogo na região.