mesa farta com muitos alimentos organicos e pessoas em volta

Banquetaço mostra que resposta à crise climática passa pela agroecologia

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A agroecologia ganhou destaque no encerramento da Cúpula dos Povos durante a COP30, em Belém. A ação reforçou que a crise climática, a defesa da fauna, a soberania alimentar e a conservação da biodiversidade caminham juntas.

Agroecologia como alternativa real na COP30

Arroz, macaxeira, cacau, açaí, hortaliças e outras variedades oriundas da agricultura familiar do Pará rechearam as mesas do Banquetaço servido no encerramento da Cúpula dos Povos neste domingo, dia dezesseis, em Belém. A ação foi mobilizada por organizações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o Movimento Camponês Popular e a Articulação Nacional de Agroecologia e contou com o nosso apoio para mostrar que existem alternativas para produzir alimentos de forma justa, orgânica e sustentável.

Durante o ato, cerca de vinte e um mil refeições foram servidas para a população na Praça da República, onde o público pôde conhecer, provar e testemunhar que a agroecologia enche o prato e ajuda a fortalecer a soberania alimentar e as comunidades do campo.

“Esse Banquetaço é para mostrar para a COP30 que o povo está aqui e ele precisa ser ouvido porque se não tivermos o campo e os territórios saudáveis para plantarmos, não vai ter comida para ninguém”, disse Mãe Suzana, que foi uma das responsáveis pela preparação dos pratos servidos pelo Movimento do Axé.

Fauna, agroecologia e justiça climática

Para nós, da Proteção Animal Mundial, a participação na Cúpula dos Povos foi uma oportunidade para deixar claro que o agronegócio não alimenta o povo e que a proteção da fauna está ligada à defesa da agroecologia, da conservação da biodiversidade e da luta pelos direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais. Entendemos que é só a partir desses pilares que vamos conseguir garantir justiça climática.

Como podemos falar sobre crise climática sem falar da vida silvestre? A agroecologia protege territórios, evita desmatamento, reduz queimadas, mantém solos vivos e fortalece ecossistemas que abrigam milhares de espécies. Ela também reduz a pressão sobre áreas de floresta e contribui para preservar habitats essenciais aos animais silvestres.

“Esse momento representa tudo aquilo que a gente defende dentro da COP30, que é um sistema alimentar justo e sustentável, que é alternativa contra esse modelo produzido pelo agronegócio, que causa desmatamento, sofrimento animal e coloca o Brasil como um dos grandes emissores de gases do efeito estufa, impulsionando a emergência climática que vivemos hoje”, disse a nossa gerente de Clima, Camila Nakaharada.

“Mais do que falar, é importante demonstrar a alternativa acontecendo na prática com comida de verdade neste grande ato que mostra que comer também é um ato político”, completou.

Carta da Cúpula dos Povos: caminhos para enfrentar a crise do clima

A Cúpula dos Povos encerrou neste domingo com a entrega de uma carta construída coletivamente com as principais propostas dos movimentos sociais e organizações para o enfrentamento da crise do clima. Entre as contribuições estão:

  • demarcar e proteger terras indígenas e territórios tradicionais
  • assegurar políticas de desmatamento zero
  • promover restauração ecológica
  • recuperar áreas degradadas
  • fortalecer a agroecologia como caminho para soberania alimentar e combate à fome

Confira a carta completa.

O impacto do agronegócio para o meio ambiente e para a fauna

Nós, da Proteção Animal Mundial, trabalhamos para acabar com a pecuária industrial, não só por causa do clima, mas porque é uma das maiores formas de crueldade animal atualmente. A pecuária industrial é uma das principais responsáveis pela degradação ambiental do planeta e por algumas das piores práticas de bem-estar animal, confinando anualmente setenta e seis bilhões de animais em instalações áridas e superlotadas.

Acreditamos que o bem-estar animal deve ser parte central da transformação dos sistemas alimentares, junto à redução das emissões e à restauração dos ecossistemas.

A agroecologia é a solução

Precisamos de um sistema alimentar justo, que fortaleça pequenos produtores, seja gentil com os animais e melhor para o planeta. Por isso, devemos eliminar gradualmente a pecuária industrial e migrar para um sistema alimentar equitativo, humano e sustentável.

Encorajamos os governos do mundo todo a liderar uma transição justa, abandonando a agricultura animal industrial e indo em direção a sistemas alimentares equitativos, humanos e sustentáveis.

Nessa COP30, convocamos os governos do mundo todo a liderar uma transição justa, abandonando a agricultura animal industrial e indo em direção a sistemas alimentares equitativos, humanos e sustentáveis.

O que você pode fazer agora

Em paralelo à COP30, a campanha Na Rota de Belém da Proteção Animal Mundial convoca uma mudança urgente nos sistemas alimentares, para que o futuro climático inclua proteção da fauna e justiça para trabalhadores do campo.

Transformar o sistema alimentar, reduzir o consumo de produtos de origem animal e fortalecer práticas sustentáveis são passos essenciais para equilibrar o planeta.

Quanto mais pessoas entenderem que fauna e clima caminham juntas, maior será o impacto coletivo.

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