Belém - Barqueata da Cúpula dos Povos leva mais de 200 embarcações à Baía do Guajará durante a 30ª Conferência das Partes (COP30). Foto de Hermes Caruzo/COP30

Início da Cúpula dos Povos traz barqueata a Belém

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Nas águas da Amazônia, organizações da sociedade civil e movimentos sociais chegaram a Belém (PA) para mostrar que todos somos impactados pela crise climática, mas que também somos parte da solução. Nós estivemos lá para ecoar a causa animal e a justiça climática

Sobre as águas do Rio Guamá e da Baía do Guajará, em Belém, mais de 5 mil pessoas em cerca de 200 embarcações marcaram um momento histórico na luta por justiça climática. A barqueata, realizada nesta quarta-feira (12), foi o grande ato de abertura da Cúpula dos Povos. A cúpula é o espaço paralelo à COP30, no qual organizações não-governamentais, movimentos sociais e outros grupos da sociedade civil engajados preparam atividades para denunciar os impactos da crise climática e buscar soluções reais baseadas na natureza, na agroecologia e nos conhecimentos ancestrais.

Nós, da Proteção Animal Mundial, participamos deste momento simbólico, que foi a barqueata, com a mensagem “O planeta aquece. Animais sofrem. O sistema precisa mudar", além de um enorme lobo-guará inflável.

Camila Nakaharada, nossa gerente de Clima, e Natália Figueiredo, nossa gerente de Políticas Públicas, integraram a delegação da Caravana da Resposta ao lado de lideranças como o cacique kayapó Raoni Metuktire.

“Nós movemos o mundo pelos animais e, hoje, movemos também as águas da Amazônia junto aos povos indígenas, às comunidades tradicionais e aos movimentos sociais e periféricos”, contou Camila Nakaharada. “Todo mundo se juntou nesse ato simbólico de abertura da Cúpula dos Povos para trazer a mensagem de que a resposta para a crise climática é coletiva, é agroecológica, é ancestral. A resposta vem dos territórios”, refletiu.

Durante nossa participação na COP30, seja na área oficial da ONU, seja na Cúpula dos Povos, estamos levando a mensagem de que precisamos mudar nosso sistema de produção alimentar. Ao somarmos a outros movimentos na barqueata, mostramos que as soluções coletivas são parte da alternativa ao discurso da agropecuária industrial, das grandes corporações e dos grandes poluidores.

Por isso, também estaremos nas “Atividades Enlaçadas”, da Cúpula dos Povos. Junto da Associação Brasileira de Saúde Única e da Associação de Mulheres Indígenas Tikuna, vamos conversar sobre a importância da biodiversidade como escudo natural contra epidemias e transmissão de doenças, e dos povos indígenas como guardiões dessa imensa biodiversidade. 

Outro enlace de atividades foi com a Articulação Nacional de Agroecologia, Fundação Oswaldo Cruz e a Pesticide Alternative da Ásia, para promover trocas de experiências sobre a agroecologia como solução climática. 

E vamos fortalecer a participação da sociedade civil na Marcha Global pelo Clima, no sábado (15) e no Banquetaço da Agricultura Familiar, puxado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), que ocorrerá no domingo (16).

“Estamos na COP30 e na Cúpula dos Povos para mostrar que a causa animal impulsiona a justiça climática e é aliada das soluções climáticas. Nós  sabemos que as comunidades tradicionais, os povos indígenas e os movimentos sociais não têm voz dentro das negociações climáticas da COP. E a voz dos animais tem ainda menos espaço. Então, estamos aqui para somar forças nesse movimento e fazer ecoar a causa animal”, ressalta Camila.

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