Criação de leões em cativeiro na África do Sul está alimentando o comércio ilegal de ossos de grandes felinos
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No Dia Mundial do Leão, lançamos um relatório que expõe o horror por trás da criação de leões em cativeiro e como essa indústria está alimentando o mercado global de animais silvestres.
Neste Dia Mundial do Leão, estamos lançando um novo relatório que expõe como a indústria da criação de leões em cativeiro da África do Sul está conectado com sindicatos do crime internacional.
O material, disponível em inglês, Putting a Stop to Cruelty ("Colocando um ponto final na crueldade", em português), apresenta evidências angustiantes de fontes anônimas sobre fazendas de leões "off grid", que operam sem regulamentação e são responsáveis por uma série de práticas antiéticas. Esses estabelecimentos encobrem suas atividades ilegais de exportação de ossos de leão para a medicina tradicional asiática.
As evidências incluem:
- Cenas de leões em condições deploráveis, em recintos sujos e estéreis, com falta de cuidados e alimentação adequada;
- Práticas desumanas de abate, onde os leões são processados no local em condições chocantes, com falta de higiene e segurança.
A realidade da criação de leões em cativeiro na África do Sul
Estima-se que milhares de leões e outros grandes felinos estejam sendo criados em cativeiro em mais de 350 instalações em toda a África do Sul. Essa situação é preocupante, pois alguns estabelecimentos fazem uso de táticas para evitar a detecção, como câmeras de segurança, patrulhas e aplicativos de mensagens durante as inspeções.
“A eliminação voluntária da indústria por si só não será suficiente para interromper a exploração comercial de leões em cativeiro na África do Sul. Agora sabemos que algumas fazendas de leões "off grid" fazem de tudo para evitar a detecção. As instalações usam várias táticas, como câmeras de segurança, patrulhas e aplicativos de mensagens para evitar a detecção durante as inspeções para ocultar atividades ilegais”, reforça o Chefe Global de Pesquisa da Vida Selvagem da Proteção Animal Mundial, Dr. Neil D'Cruze.
O governo sul-africado precisa acabar com isso
A falta de regulamentação adequada permitiu que as fazendas operassem em uma área legal ambígua, mascarando suas atividades ilegais como negócios legítimos. Infelizmente, o governo sul-africano revogou sua promessa de fechar a indústria de criação de leões em 2021, e essa falta de clareza em relação ao futuro da indústria tem permitido que tais práticas persistam, ameaçando a posição do país como líder em conservação.
“Pedimos ao governo sul-africano que cumpra sua decisão de 2021 e ponha um fim definitivo à indústria de criação de leões em cativeiro, o que tornará a detecção e prevenção do comércio ilegal mais fácil. Só então nossa reputação como líder em conservação será restaurada e o bem-estar dos leões cativos do país e de outros grandes felinos será garantido”, reforça Dra. Louise de Waal, diretora e gerente de campanha da Blood Lions.
Por isso nós, em parceria com a Blood Lions, entregamos as descobertas ao governo sul-africano.
Para apoiar a causa, os cidadãos sul-africanos são encorajados a manifestar seu apoio à eliminação gradual da indústria de criação de leões em cativeiro, registrando seu apoio em um site específico.
Os turistas também podem lutar contra esse comércio
É importante que turistas e visitantes evitem locais e atrações que explorem leões e outros grandes felinos para entretenimento, como acariciar filhotes e caminhar com leões.
Essa conscientização é essencial para garantir o bem-estar dos leões cativos do país e proteger esses animais de práticas inaceitáveis.
Somente com ações concretas podemos restaurar a representação do país como líder em conservação e proteção animal.