Imagem da frente do prédio da ONU com bandeiras de cada lado

Crimes ambientais no alvo: Brasil lidera ofensiva global na ONU

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País propõe e tem aprovada resolução que reconhece crimes ambientais como graves ameaças transnacionais, equiparadas ao tráfico de armas e lavagem de dinheiro.

O Brasil conquistou um importante avanço diplomático ao ter aprovada na ONU, em maio, uma proposta que endurece o combate aos crimes ambientais em escala global. A resolução, articulada com apoio do Ministério do Meio Ambiente, classifica como graves delitos a mineração ilegal, o tráfico de madeira, fauna e flora — mesmo quando fora da lista da CITES — e o despejo de resíduos perigosos. A medida é um passo estratégico rumo ao reconhecimento desses crimes como infrações graves no âmbito da Convenção da ONU contra o Crime Organizado Transnacional (UNTOC), o que pode abrir caminho para ações mais duras como congelamento de ativos, acordos de extradição e punições por lavagem de dinheiro.

A proposta brasileira vai além da retórica: mira diretamente as engrenagens das redes criminosas que lucram com a destruição ambiental e enfraquecem o Estado de Direito. Segundo o governo, o tráfico de espécies não listadas na CITES, por exemplo, segue operando sob uma falsa legalidade, alimentado pela ausência de normas claras e rastreamento eficaz. Em resposta, a delegação brasileira defendeu a criação de instrumentos juridicamente vinculantes no âmbito da UNTOC, com diretrizes para cooperação internacional, harmonização de leis, inteligência transnacional e justiça ambiental.

Ao protagonizar o debate global, o Brasil não apenas assume posição de liderança, como escancara um ponto cego histórico nas negociações multilaterais: o crime ambiental não é secundário — ele é uma ameaça real à segurança global, aos direitos humanos e à estabilidade climática. A ofensiva brasileira aponta para um novo tempo, onde devastar a floresta, traficar animais ou explorar metais raros ilegalmente pode (e deve) ser tratado como crime de alta periculosidade.

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