Foto aérea do Cerrado em que mostra do lado direito uma área desmatada e do lado esquerdo a vegetação em pé.

Desmatamento recua no Brasil, mas destruição segue avançando

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Cerrado é o bioma com maior devastação e realidade coloca espécies ameaçadas, como o lobo-guará, ainda mais em risco.

Dados do último levantamento do MapBiomas trazem esperança, mas logo em seguida deixam um gosto amargo. Embora o desmatamento tenha diminuído em todos os biomas brasileiros durante 2024, essa atividade continua avançando. 

Pelo segundo ano consecutivo, o Cerrado foi o bioma com maior área desmatada em 2024, com mais de 650 mil hectares devastados — o que corresponde a mais de 900 mil campos de futebol, ultrapassando o desmatamento na Amazônia.  

O Matopiba virou epicentro da destruição 

A região conhecida como Matopiba — que abrange partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — se tornou o principal foco de desmatamento no país: 75% de toda a destruição do Cerrado aconteceu nesse território, que também foi responsável por 42% da perda total de vegetação nativa no Brasil. 

Os quatro estados do Matopiba estão entre as cinco unidades federativas que mais desmataram em 2024. O Maranhão lidera o ranking pelo segundo ano consecutivo, totalizando 218.298,4 hectares desmatados no ano passado.

Junto com o Pará, esses estados respondem por mais de 65% da área desmatada no Brasil

Essa devastação está ligada à expansão acelerada da agropecuária, que transforma vastas áreas de vegetação nativa em monoculturas para alimentar animais e pastagens.

Mais de 97% de toda a perda de vegetação nativa no Brasil nos últimos seis anos ocorreram por pressão da agropecuária. O ritmo é intenso, muitas vezes sem fiscalização, e compromete o equilíbrio ecológico da região.

A vida do grande guardião do Cerrado, o lobo-guará, está cada vez mais ameaçada

Para o lobo-guará, essa realidade é desoladora. O animal precisa de grandes áreas preservadas para viver. Sem elas, ele fica mais exposto a atropelamentos, queimadas e conflitos com humanos — tudo em nome de um modelo de produção que ignora os limites do Cerrado. 

E a ameaça não vem só da perda de vegetação. Na região, canais de irrigação do agronegócio têm se intensificado e se tornado armadilhas letais para a fauna silvestre.  

Entenda como os canais de irrigação impactam a vida selvagem

De junho a agosto de 2023, três lobos-guarás foram encontrados mortos em canais feitos de plástico rígido, com margens escorregadias que impediram que conseguissem sair. Eram uma fêmea e dois filhotes e representavam até 40% da população local da espécie.  

O que deveria irrigar lavouras está, na prática, secando vidas. 

Não é só sobre o lobo-guará: é sobre todos nós 

Mais do que uma região de rica biodiversidade, o Cerrado é conhecido como o berço das águas do Brasil. É nele que nascem oito das 12 principais bacias hidrográficas do país. Suas raízes profundas e vegetação única funcionam como uma esponja natural, absorvendo a água da chuva e liberando-a lentamente para rios e aquíferos.  

Quando o Cerrado é desmatado, esse equilíbrio se rompe e os efeitos chegam longe: na irrigação de lavouras, no abastecimento das cidades e até na geração de energia.  

Proteger o Cerrado é proteger o ciclo da água que sustenta milhões de vidas. 

Há um caminho — e você pode fazer parte 

Estamos trabalhando para virar esse jogo e proteger os animais e seus habitats.  

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