Governo colombiano recebe mais de 142 mil assinaturas pedindo medidas para salvar o boto cor-de-rosa

Governo colombiano recebe mais de 142 mil assinaturas pedindo medidas para salvar o boto cor-de-rosa

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Mais de 142 mil assinaturas de pessoas de toda América e Europa foram entregues hoje pela World Animal Protection ao Ministério de Relações Exteriores da Colômbia, pedindo a proibição da exportação e comercialização da piracatinga brasileira – peixe responsável pela morte de mais de 1.500 botos.

A petição disponível no site euprotejoboto.org.br lança esse pedido de ajuda à ministra María Ángela Holguín Cuellar, que não atendeu a organização, mas que propôs uma reunião para discutir o assunto no dia 15 de dezembro. 

“Essa é uma mostra do interesse das autoridades colombianas em encontrar uma solução para o problema dos botos cor-de-rosa. Mas nós e as mais de 142 mil pessoas que manifestaram apoio por meio da petição exigimos um maior compromisso, rapidez e resultados”, disse Ricardo Mora, diretor de campanhas de World Animal Protection na América Latina. “A partir de janeiro de 2015, a pesca e a comercialização da piracatinga está proibida por cinco anos no Brasil. Porém, sabemos que a moratória não é suficiente e que este peixe pode continuar sendo vendido ilegalmente à Colômbia.”

As autoridades pesqueiras da Colômbia informaram que no dia 16 de junho deste ano publicaram a resolução AUNAP 00079, que proíbe o uso como isca de animais ameaçados de extinção. “É uma boa medida, mas o problema continua porque não ataca o consumo da piracatinga, que é a principal ameaça ao boto”, analisa Roberto Vieto, coordenador da campanha de vida silvestre de World Animal Protection na América Latina.

Consumo na Colômbia

Nesta semana, World Animal Protection denunciou com um vídeo como a piracatinga brasileira é vendida enganosamente com o nome de outras espécies na Colômbia. “Essa fraude faz com que as pessoas que consomem a piracatinga estejam provocando indiretamente a morte cruel do boto na Amazônia brasileira”, disse Vieto.

Recentemente, o Instituto Nacional de Vigilância de Medicamentos e Alimentos da Colômbia pediu aos colombianos que evitassem consumir piracatinga até que estudos demonstrassem que ela não representa um perigo para a saúde humana, considerando que esse peixe se alimenta de restos de animais mortos. 

Já o Ministério de Relações Exteriores colombiano manifestou em setembro sua intenção de discutir o problema em fóruns internacionais que incluam todos os países amazônicos, pois consideram insuficiente um acordo bilateral com Brasil para evitar que a caça de botos migre para outros países da região. 

Antes da entrega das assinaturas, dezenas de colombianos se juntaram a World Animal Protection na Plaza Bolívar, principal praça da capital Bogotá, para pedir à Colômbia que atenda à petição que evitará que mais botos cor-de-rosa continuem sendo mortos a um ritmo de 10% ao ano na Amazônia.

As pessoas que consomem a piracatinga estejam provocando indiretamente a morte cruel do boto na Amazônia brasileira