"De olho nos cães": relatório mostra o caminho para erradicar a raiva até 2030
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Novo relatório da Proteção Animal Mundial mostra como os cães podem ser a solução para acabar com a raiva humana
Neste Dia Mundial da Raiva, lançamos o relatório “De olho nos cães”, que aponta quais são as medidas eficazes e comprovadas para erradicar a doença entre humanos até 2030. A pesquisa, que se iniciou em 2018, analisou atitudes e comportamentos em relação aos cães de rua em cinco países (Tailândia, Índia, China, Brasil e Quênia) e avaliou a real eficácia dessas ações.
Nossa pesquisa identificou que os planos de ação desses países focam na obrigação de tratar a raiva nos humanos, sem pensar em como eliminar a doença permanentemente, sempre focando nas populações de cães de rua como o centro do problema e não a solução.
“Os estudos apontam que são gastos, aproximadamente, apenas quatro dólares para vacinar um cão contra raiva contra US$ 108 para tratar um humano que foi mordido. Isso evidencia que não há planejamento efetivo que vise a resolução do problema, apenas focam em cuidados paliativos que são onerosos”, afirma Rosangela Ribeiro, gerente de programas veterinários da Proteção Animal Mundial.
Todos os anos a raiva causa, em média, 59 mil mortes humanas que, com planos estratégicos, seriam preveníveis. A perspectiva é que, se nada for feito, esse número chegue a mais de 1 milhão até 2035. Além do impacto na vida humana, há ainda a influência na vida dos cães: dados estimam que cerca de 10 milhões de cães são mortos todo os anos na tentativa de se controlar a raiva.
No Brasil, que, desde os anos 1980, sempre foi considerado uma referência mundial no controle da raiva, nos últimos anos tem diminuído a cobertura nacional da vacinação em massa e muitos municípios não recebem a vacina há mais de 2 anos. Rosangela explica que essa diminuição no número de doses distribuídas pelo MS pode trazer novos surtos com o passar dos anos visto que o Brasil não é um país livre do vírus da raiva.
“O único modo de controlar a doença e preservar a vida de cães e humanos é investir em grandes campanhas anuais e gratuitas de vacinação canina, conscientizar a população dos riscos da doença e de como evitar mordeduras e manter a vigilância em saúde. Investir em controlar a raiva entre os cães, através da vacinação em massa, é muito melhor e mais efetivo do que focar os investimentos nos tratamentos humanos pós-mordeduras. Por isso, convocamos os governantes a mudarem a vida dos cães, das pessoas e eliminarem a raiva para sempre”, finaliza Rosangela.