Imagem de  bandeiras de vários países na frente da fachada da COP28

Proteção Animal Mundial participa da COP28

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Nossa equipe participa da conferência, em Dubai, para defender a implantação da moratória da pecuária industrial para combater os gases do efeito estufa.

A Conferência das Nações sobre Mudanças Climáticas (COP28) é uma reunião anual organizada pelas Nações Unidas para discutir e tomar decisões sobre ações de combate às mudanças climáticas.  

O evento realizado de 30 de novembro a 12 de dezembro, em Dubai, tem um peso fundamental para a ação global contra as mudanças do clima, cada vez mais necessária tendo em vista os recentes episódios climáticos extremos no Brasil e no mundo. 

Preocupados com os impactos da pecuária industrial intensiva no meio ambiente, nossos representantes pedem às autoridades presentes a imposição de uma moratória de dez anos para a pecuária industrial, impedindo temporariamente a expansão dessa atividade e a paralisação da criação de novas fazendas industriais.  

Considerando que o agronegócio compromete seriamente a meta do governo brasileiro de zerar o desmatamento até 2030 e de cumprir os acordos climáticos internacionais. 

“Os sistemas alimentares no Brasil representam 74% das emissões de gases de efeito estufa no país, segundo um estudo recente do Observatório do Clima.  É importante lembrar que a pecuária industrial é o setor que mais impacta nesse resultado, principalmente por conta do desmatamento que a atividade causa em território brasileiro. Os danos dessa atividade ao clima incluem ainda as emissões do próprio rebanho, que em outros países é uma parcela muito significativa, fazendo da pecuária industrial uma das grandes contribuintes para o aquecimento global”, afirma Marina Lacôrte, gerente de sistemas alimentares na Proteção Animal Mundial. 

Marina explica ainda sobre a “lavagem de grãos”, uma prática que causa danos irreparáveis ao meio ambiente e que envolve o direcionamento de terras destinadas à preservação para o cultivo de grãos como milho e soja, contaminando toda a cadeia de produção de ração utilizada na pecuária industrial. Isso, por sua vez, compromete a qualidade ambiental e climática. 

Para burlar a legislação, agricultores tem destinado terras que deveriam ser preservadas, segundo o Código Florestal, para o plantio de grãos como milho e soja. Esses grãos são direcionados para as fábricas de ração, onde se misturam com outros cultivados legalmente, causando a contaminação de toda a cadeia. Posteriormente, essa ração é comprada pelos grandes frigoríficos.  

A relação do bem-estar animal com o clima 

O plantio de soja para produção de ração promove o desmatamento em biomas importantíssimos como o Cerrado e a Amazônia, impactando o habitat da vida silvestre.   

“Sempre que um animal silvestre morre, parte do bioma que ele habita morre junto. Isso porque a vida silvestre desempenha um papel estratégico na manutenção e no equilíbrio das florestas e vegetação nativa por meio de ações como a dispersão de sementes, polinização, predação, entre outros. A soja que vem devastando a vida silvestre é direcionada, principalmente, para compor a ração de porcos, galinhas e bois, animais que levam uma vida miserável e são tratados como meras mercadorias” argumenta Marina. “Os animais de granja e fazenda são seres vivos que sentem e merecem uma vida digna, algo impossível de se ter na pecuária industrial. Por isso, o bem-estar animal também é um indicador de sistemas mais sustentáveis, mais justos e que contribuem muito menos para as mudanças climáticas”, complementa Marina.   

Nossa equipe também defende a redução de subsídios ao agronegócio e a realocação desses recursos para produções em menor escala e agricultura familiar.  

“Se a agricultura industrial fosse realmente eficiente não deveríamos ter mais de 20 milhões de pessoas passando fome no país às custas de muitos incentivos do governo. Boa parte da proteína produzida nem fica no Brasil. Por isso, os governos devem subsidiar a agricultura familiar e a agroecologia, sistemas com potencial de alimentar de verdade as pessoas, de garantir o bem-estar animal e de produzir em muito mais harmonia com a natureza”, defende Marina.  

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