Área de floresta amazônica com foco de queimadas, que é sinalizada pelas fumaças que saem da área verde. Ao redor da floresta estão áreas já desmatadas que serão usadas pela agropecuária.

Urgente: PL do Licenciamento Ambiental é aprovado pela Câmara dos Deputados

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Lamentamos a aprovação do PL da Devastação durante a madrugada do dia 17 de julho, que é um duro golpe à proteção da vida no Brasil.

Com profunda indignação, recebemos a notícia da aprovação do Projeto de Lei do Licenciamento Ambiental pela Câmara dos Deputados.

O projeto, último a ser deliberado antes do chamado recesso legislativo, foi debatido na Câmara dos Deputados esvaziada. As discussões foram cercadas de argumentações falaciosas e seu texto foi aprovado por 267 votos a 116.

A medida, que deveria fortalecer os instrumentos de prevenção a desastres e proteger o patrimônio socioambiental brasileiro, manteve dispositivos que flexibilizam de forma alarmante os critérios de avaliação e autorização de atividades com alto impacto sobre o meio ambiente.

Aqui, defendemos um modelo de desenvolvimento que coloque a vida no centro das decisões políticas. Enfraquecer o licenciamento ambiental é colocar em risco não apenas os biomas e os modos de vida tradicionais, mas também milhões de animais silvestres que dependem da preservação dos seus habitats para sobreviver.

A realização de ajustes pontuais  não foi suficiente para reparar os inúmeros retrocessos que a proposta representa. Ao reduzir exigências e abrir brechas para a autodeclaração de impactos, o novo marco legal compromete a capacidade do Estado de exercer seu papel regulador e protetivo, justamente num momento em que o Brasil deveria liderar pelo exemplo em meio à crise climática e à emergência da perda de biodiversidade.

“O PL da Devastação representa um dos maiores retrocessos ambientais da história do Brasil. A dispensa de licenciamento para atividades agropecuárias abre as portas para mais desmatamento, mais queimadas e mais pressão sobre a nossa fauna silvestre e o clima. O presidente Lula tem a responsabilidade de proteger o futuro das nossas florestas, da biodiversidade e da vida. Esperamos que vete o texto na íntegra”, afirma Renata Nitta, nossa Head de Campanhas.

Lamentamos que, mais uma vez, prevaleça a lógica da desregulamentação em detrimento da ciência, da justiça socioambiental e da proteção da vida. Reafirmamos o nosso compromisso em continuar atuando por políticas públicas responsáveis, baseadas em evidências e com foco na construção de um futuro verdadeiramente sustentável e ético para todas as formas de vida.

Aguardamos que a Presidência da República vete integralmente esta proposta, de modo a preservar a legislação que está hoje em vigor e priorize o meio ambiente versus um projeto de desenvolvimento que fragilize todas as formas de vida.

Por um mundo onde os animais vivam livres de sofrimento.

Junte-se a nós para salvar nossa fauna

Ajude a combater os impactos da agropecuária industrial. Assine o manifesto em defesa da vida silvestre.

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Manifesto “Em defesa da Vida Silvestre”

“Defaunação, não! Refaunação, já!”

Este é um pedido para colocarmos fim à defaunação no Brasil.


Pedimos licença para falar pelos animais silvestres e expor o conjunto de ameaças que acontece dentro de seus habitats naturais.

Elas são muitas e chegam por todos os lados. A partir do momento que os humanos invadem áreas naturais e modificam os ecossistemas, devem se responsabilizar pelos impactos que trazem aos seus habitantes.

O desmatamento é a principal causa da perda de habitats no Brasil. Por meio dele não perdemos só árvores, mas destruímos também o lar e a vida de inúmeros animais. 

Neste momento, está acontecendo uma enorme perda de áreas naturais habitáveis em todos os biomas brasileiros, em especial na Amazônia e no Cerrado – que concentraram 85% do desmatamento do país nos últimos cinco anos, segundo dados do Mapbiomas.

E tem mais: 97% de toda essa área desmatada foi para uso da agropecuária. Florestas, campos e savanas, com as milhões de espécies que abrigam, estão sendo convertidos em monoculturas e pasto, acabando com sua biodiversidade.

Após o desmate, outras agressões ambientais aprofundam as ameaças aos animais silvestres. Como no caso das queimadas para a limpeza de terras que muitas vezes saem de controle e queimam novas áreas nativas, levando à carbonização, asfixia e queima de ninhos e tocas de milhares de espécies, como araras e lobos-guará, afugentando todos os animais que ali vivem e não é só isso.

Após toda devastação e destruição, vem a contaminação por agrotóxicos em lavouras estabelecidas.

Pressionada por esse conjunto de ações humanas que destroem seus habitats, a fauna silvestre, quando não se vê aprisionada em pequenos fragmentos de mata, é expulsa de seus locais de abrigo e alimentação ou obrigada a se deslocar, ficando exposta a atropelamentos em rodovias, ao tráfico de animais, aos conflitos com humanos, à fome e sede.

De acordo com o CBEE (Centro Brasileiro de Estudos de Ecologia de Estradas), estima-se que 15 animais silvestres morram atropelados por segundo no Brasil... Outros tantos, como antas, tamanduás e lobos-guará, para além dos insetos como abelhas e borboletas, adoecem ou morrem envenenados pelos agrotóxicos.

Fugir de seus lares em busca de sobrevivência faz com que os animais fiquem ainda mais vulneráveis à caça e ao comércio de silvestres, que é outra grande ameaça à fauna, sendo legalizado ou não.

Animais silvestres não nasceram para serem transformados em animais de estimação, tampouco para atenderem ao prazer sádico pela caça esportiva ou para entretenimento e selfies.

Infelizmente, a caça de silvestres no Brasil corre risco de ser legalizada, aumentando ainda mais a pressão que vem ocorrendo nos biomas brasileiros.

Os animais não são produtos para serem comercializados. Não podemos deixar que a nossa fauna seja caçada e comercializada para qualquer finalidade.

Nem prisioneiros nem refugiados

A fauna silvestre precisa de ambientes seguros, saudáveis e com espaço suficiente para existir. Como prevê a Constituição Federal, no artigo 225: é proibido práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem extinção ou que submetam os animais à crueldade.

Para além de suas funções ecológicas, os animais também são seres sencientes, dotados de sentimentos, inteligência e autonomia. Eles são sujeitos de direitos e não objetos, como muitas legislações brasileiras passaram a reconhecer.

Entre seus direitos, está o da liberdade e o de viver plenamente de acordo com seus comportamentos naturais – e não como animais de estimação.

O desmatamento, a agropecuária industrial e o comércio de animais prejudicam o bem-estar animal e têm levado à defaunação, que é a perda de animais silvestres nos seus habitats naturais.

Refaunação já!

Atuamos para que os animais silvestres vivam em seus habitats, livres da exploração comercial e de ameaças, podendo expressar seus comportamentos naturais. Mas não basta apenas interromper a destruição ou restaurar áreas já desmatadas.

É preciso refaunar e trazer de volta os animais para as florestas!

Florestas vazias não conseguem se manter e prosperar de forma saudável. As soluções para isso já existem.

Por isso, defendemos:

Priorizar a restauração de áreas degradadas para corredores ecológicos da fauna, revertendo a fragmentação de habitats e o isolamento das espécies;

Substituir o modelo agroindustrial baseado em monoculturas e agrotóxicos pela agrofloresta e agroecologia, com uso de bioinsumos, para uma convivência mais harmoniosa e saudável da produção de alimentos com a fauna silvestre;

Tornar obrigatório as passagens de fauna nas rodovias brasileiras;

Incentivar e estruturar o turismo de observação de animais nos roteiros de ecoturismo e turismo regenerativo como alternativas econômicas sustentáveis para comunidades locais, sem a exploração comercial das espécies;

Aprimorar as leis brasileiras para que reconheçam os animais como sujeitos de direitos, sencientes e não objetos.
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