Elefanta é resgatada e transferida para um santuário após viver 35 anos em cativeiro
Em parceria com a Elephant Aid International, Mundi, uma elefanta que vivia em um zoológico em Porto Rico, foi resgatada e levada para um santuário na Geórgia, nos Estados Unidos.
Graças ao seu apoio, Mundi irá passar o resto da sua vida em um santuário administrado pela Elephant Aid International
Na última sexta-feira (12 de maio), Mundi, uma elefanta da savana africana de 41 anos, foi transportada em segurança para o santuário Elephant Refuge North America (ERNA) em Attapulgus, na Geórgia (Estados Unidos).
Mundi foi resgatada do zoológico Mayaguez, em Porto Rico, que foi obrigado a fechar devido a inúmeros problemas em atender aos padrões de bem-estar animal que são exigidos.
Depois de passar quase 35 anos isolada, ter sido submetida a treinamentos cruéis e ser explorada para entretenimento, Mundi agora passará o resto da sua vida no santuário que é administrado pela Elephant Aid International (EAI).
"Estamos entusiasmados que Mundi veio morar no Elephant Refuge North America e somos gratos à Proteção Animal Mundial por se juntar a nós em seu resgate. Mundi sofreu em cativeiro a vida inteira e estamos ansiosos para cuidar dela e dar-lhe a vida que ela merece”, afirma Carol Buckley, fundadora, presidente e CEO da Elephant Aid International.
Mundi em seu novo lar, o santuário Elephant Refuge North America (ERNA). Imagem: Katie Bryden/Proteção Animal Mundial
O santuário Elephant Refuge North America (ERNA)
O novo lar de Mundi conta com 850 acres cercados por colinas, com pastos, florestas densas e um lago alimentado por nascentes.
O clima permite que os elefantes permaneçam ao ar livre durante quase todo o ano e cada animal recebe cuidados individualizados, que consideram seus traumas e experiências que moldaram sua vida.
No santuário, os elefantes têm autonomia e a capacidade de escolher onde e com quem passam o tempo. Ao mesmo tempo, o ERNA os ajuda a desenvolver a confiança e as habilidades necessárias para que eles se relacionem com outros elefantes, cada um no seu próprio ritmo.
Embora esta não seja a vida selvagem que roubaram da Mundi, a vida no santuário ERNA permitirá que ela passe o resto da sua vida sem sofrimento e crueldade.
A história de Mundi
Um abate em massa de elefantes em 1984 pelo governo de Zimbábue deixou 63 filhotes órfãos - um deles, era Mundi, que tinha apenas dois anos de idade.
Logo depois que ficaram órfãos, um milionário excêntrico comprou os filhotes e os transportou para sua propriedade na Flórida. Ele, então, separou os animais e vendeu para zoológicos, circos e indivíduos.
Nos quatro anos seguintes, Mundi viveu entre zoológicos e circos. Durante esse período, ela foi atacada por outro elefante, que a deixou cega de um olho e com uma presa permanentemente danificada.
Em 1988, Mundi foi vendida para o zoológico Mayaguez em Porto Rico, onde passou as próximas décadas de sua vida se apresentando para entreter as pessoas. Nos últimos 35 anos, ela esteve em exibição no Mayaguez, onde viveu isolada, acorrentada à noite, realizando truques e posando para selfies com turistas.
Mundi antes do resgate, no zoológico Mayaguez, em Porto Rico. Imagem: Elephant Aid International
Em fevereiro de 2018, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos cancelou a licença de expositor do zoológico Mayaguez após citar dezenas de violações do local, incluindo a falta de atendimento veterinário que resultou na morte de um tigre, alimentos e medicamentos vencidos, falha em proteger os animais do calor extremos e danos físicos.
Na época, Mundi já estava sob contrato para ser transferida para um santuário, mas, após uma mudança no governo de Porto Rico, todos os contratos foram cancelados e Mundi permaneceu em cativeiro no zoológico.
Felizmente, em fevereiro de 2023, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos ordenou o fechamento do zoológico e a realocação de todos os animais restantes para santuários com boa reputação.
Foi neste momento que nós da Proteção Animal Mundial e a Elephant Aid International nos unimos às autoridades locais e parceiros resgatá-la - todos focados em garantir o transporte seguro da elefanta de 3.600 kg, que é conhecida por sua calma e curiosidade.
Uma nova vida para Mundi
A operação, apoiada e monitorada pela Proteção Animal Mundial, foi longa e desafiadora, começando no início da manhã do dia 12 de maio, com uma viagem de 30 minutos do zoológico para o aeroporto.
Em seguida, a elefanta foi transferida para um avião 747 fretado, indo de Porto Rico para Jacksonville, na Flórida, que depois foi transportada de caminhão para a Geórgia. O procedimento ocorreu sem intercorrências e a partir de agora todos os cuidados para que ela se adapte ao novo ambiente serão tomados.
Lindsay Oliver, Diretora do nosso escritório nos Estados Unidos, e Roberto Vieto, Animal Welfare Advisor, acompanhando a transferência de Mundi. Imagem: Katie Bryden/Proteção Animal Mundial
O resgate faz parte de uma operação extensa do Wild Animal Sanctuary, que visa a reacomodação de todos os animais dos zoológicos de Mayaguez em santuários.
"Na Proteção Animal Mundial trabalhamos com base na senciência animal. Sabemos que os animais têm sentimentos complexos e podem sofrer profundamente quando expostos a situações de confinamento como a que Mundi foi exposta. Por 35 anos, ela morava sozinha em um pequeno recinto com acesso apenas a um abrigo interno escuro. Isso não é vida para nenhum animal. Estamos muito felizes em poder apoiar o resgate e proporcionar uma vida de liberdade e cuidados adequados a ela”, declara Roberto Vieto, Animal Welfare Advisor da Proteção Animal Mundial.
Animais silvestres não são entretenimento
A história de Mundi é apenas um exemplo da exploração de animais silvestres na indústria do turismo.
De circos a parques temáticos, os animais são usados como mercadorias para entreter humanos. Eles são retirados de seus habitats e têm suas necessidades básicas negligenciadas, além de serem forçados a realizar truques que não são naturais à sua espécie.
Essa exploração não é apenas cruel, como também coloca os animais e as pessoas em risco. Os animais selvagens não devem estar próximos das pessoas - isso é perigoso para eles e para nós.
Por isso nós trabalhamos para acabar, de uma vez por toda, com a exploração de animais silvestres para entretenimento. E precisamos do seu apoio para conseguir isso.
