Dolphins in captivity in Cuba

Criança é atacada por golfinhos em parque aquático no México

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Dois golfinhos morderam e arrastaram menina de 10 anos para debaixo d’água. A mãe e os treinadores ficaram horrorizados

Nesta semana, uma menina de 10 anos foi atacada por dois golfinhos em uma atração em que se pode nadar com eles em cativeiro, no Dolphin Discovery de Cancun. Por sorte, a menina sobreviveu, mas ficou com inúmeros cortes, hematomas e marcas de mordidas.

A indústria do turismo criou uma imagem dos golfinhos como animais domesticados e sorridentes. Mas, na verdade, atrações com golfinhos escondem riscos graves – tanto para os humanos, quanto para os animais.

Muitas agências de turismo vendem experiências com golfinhos, descrevendo-as como um momento mágico e familiar. Os turistas, especialmente os que amam animais, acabam aderindo a esse tipo de atração com boas intenções, sem perceber que estão sustentando empresas que lucram com tamanho risco e crueldade.

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Golfinhos em cativeiro no Cancun Interactive Aquarium, no Mexico

Ataques são mais frequentes do que você pensa

Alimentar a fama dos golfinhos como companheiros de brincadeiras, bonzinhos e sorridentes é ignorar a natureza predatória desses animais que são caçadores complexos e totalmente capazes de ferir uns aos outros e, principalmente, seres humanos.

Já é de conhecimento que golfinhos de atrações do tipo “nade com golfinhos” têm machucado seriamente os humanos. Entre as lesões causadas por esses ataque estão lacerações e ossos quebrados. Mesmo fora da água, muitas crianças são mordidas ao alimentá-los em atrações que permitem esse tipo de interação.

O pior é que as empresas que lucram com essas atrações sabem dos riscos que estão colocando os turistas e animais. Isso porque os participantes precisam assinar um termo de isenção de responsabilidade contra ações judiciais relacionadas a ferimentos ou morte.

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Visitantes posando com um golfinho em cativeiro na China.

Nem mesmo os treinadores estão seguros

Entrar na água com animais marinhos é um risco iminente. Em alguns parques, como o Loro Park, no Tenerife, na Espanha, os treinadores que entram na água com os golfinhos carregam um cilindro de emergência, que pode lhes dar até 5 minutos de oxigenação. Isso deixa evidente o risco que eles correm na água com golfinhos.

É no mínimo contraditório que treinadores corram o risco de serem arrastados para debaixo d’água pelos animais, dada a atmosfera “segura e familiar” que delfinários se esforçam para retratar.

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Show de Golfinhos no Zoomarine, em Portugal.

Golfinhos em cativeiro ficam estressados

Nos delfinários, os animais ficam confinados em tanques ou por cercas 200.000 vezes menores do que a área que ocupariam em seu habitat natural, o oceano. Sem contar que os tanques estão muito distantes da rica diversidade de plantas, nutrientes e outros animais que os golfinhos poderiam desfrutar na natureza. Além disso, os golfinhos são presos em ambientes onde são incapazes de expressar seus comportamentos naturais e o método de treinamento consiste em privação alimentar.

E esses são só alguns motivos que mostram como esses animais sofrem na indústria do entretenimento turístico.

Nosso relatório Por Trás do Sorriso revela uma série de mentiras que essa indústria multibilionária vem contando aos turistas por anos, manipulando a imagem de “golfinho feliz” para lucrar em um negócio que é cruel para os golfinhos e perigoso para os humanos.

“Este foi um exemplo trágico de como empresas gigantescas, como o Grupo TUI e Expedia, estão colocando seus clientes em risco. Golfinhos são grandes e poderosos predadores marinhos. Interagir com eles trás uma série de preocupações com a segurança e saúde das pessoas e dos animais. Essa não é a primeira vez que isso acontece. Golfinhos são animais selvagens, não brinquedos e nem artistas de circo, como essa indústria tem feito o público acreditar”, afirme Nick Stewart, nosso líder global de campanhas de animais silvestres.

Lamentamos profundamente o ocorrido com a menina e sua família e desejamos que ela tenha uma rápida recuperação. Enquanto isso, empresas como o Grupo Expedia e TUI continuam a lucrar bilhões de dólares com os delfinários.

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Um golfinho sendo usado para tirar foto no Resort World Sentosa, em Singapore

O que você pode fazer para ajudar os golfinhos

Não há vencedores nessa história, exceto para as grandes empresas que lucram bilhões enganando os turistas. É hora de pôr um fim nisso: queremos que essa seja a última geração de golfinhos em cativeiro.

Estamos pedindo aos gigantes da indústria turística para que parem de vender ingressos para atrações com golfinhos.

TripAdvisor, British Airways Holidays, Booking.com e Virgin Holidays já se juntaram a nós. E, apesar das mais de 200.000 assinaturas em nossa petição, o Grupo Expedia ainda não se moveu para tirar esses ingressos do mercado.

Ajude-nos a pressioná-los assinando e compartilhando nossa petição.

Entre as lesões causadas por ataque de golfinhos estão lacerações e ossos quebrados.