Dentista americano mata leão Cecil, tesouro nacional do Zimbábue, em safári de caça

Nossa resposta à morte do leão Cecil

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No início do mês, um dentista norte-americano pagou US$ 50.000 para atirar e matar o leão Cecil, considerado tesouro nacional no Zimbábue.

Cecil tinha 13 anos de idade e era a principal atração turística do famoso Parque Nacional Hwange, localizado no sul da África. Ele era considerado tesouro nacional, como muitos dos animais silvestres da região, e vinha sendo acompanhado por pesquisadores da Universidade de Oxford.

Nosso diretor internacional de programas Steve McIvor lamentou: “Dinheiro nenhum vale a vida de Cecil”.

A crueldade por detrás deste caso é perturbadora – Cecil não foi apenas atingido com uma flecha, mas encontrado ainda vivo 40 horas depois e morto a sangue frio com um tiro.

“A criação e matança de leões em nome do ‘entretenimento’ precisa acabar”, declarou McIvor. “Os animais pertencem à natureza e não deveriam ficar sustentando essa indústria sórdida”.

Ação legal

De acordo com os noticiários, o dentista vive nos Estados Unidos e é caçador profissional. Ele e o proprietário de uma fazenda vizinha amarram uma carcaça a um automóvel e atraíram Cecil para fora do parque nacional durante a noite. O leão foi atingido então com disparo de arco e flecha.

Cecil foi rastreado pela dupla e encontrado 40 horas depois, ainda vivo. O dentista o matou com um tiro na cabeça e removeu sua pele.

Apesar da caça de leões ser legal em vários países do sul da África, incluindo Zimbábue, os grupos de safari precisam de uma permissão válida, emitida pelas autoridades.

Não foi o caso de Cecil – a sua morte foi ilegal. 

Tanto o proprietário da fazenda, quanto o caçador enfrentam agora uma ação judicial por caça furtiva.

Safáris de caça

A crueldade por detrás dos safaris de caça é perturbadora: leões são criados para entreter turistas todos os dias. Hoje, existem mais de 7.000 cativeiros comerciais de leões na África do Sul.

Os animais não são destinados apenas para caça, mas também para os chamados “parques de leões”, onde é possível acariciar filhotes e tirar fotos com os grandes felinos.

A história do Cecil é de partir o coração, mas não é um caso isolado. Esta tragédia reacende o debate sobre o uso cruel de animais pela indústria do entretenimento.

A vida silvestre é um negócio lucrativo que separa filhotes à força de suas mães, já em suas primeiras semanas de vida. A prática é a mesma para várias espécies – entre elas, leões, elefantes e tigres.

Os filhotes são mantidos em pequenas jaulas sem proteção contra o calor, onde são mal alimentados e sofrem abusos até se tornarem submissos o suficiente para tirar fotos ou caminhar ao lado de turistas. Então, eles são vendidos a redes de tráfico quase impossíveis de rastrear e podem acabar nas mãos da indústria de caça.

A World Animal Protection se opõe a toda forma de crueldade contra animais. Nós acreditamos que a criação e caça de leões em nome do “entretenimento” precisa parar.

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Imagem: iStock by Getty Images.

“Dinheiro nenhum vale a vida de Cecil. A criação e matança de leões em nome do ‘entretenimento’ precisa acabar