Frango olhando por entre barras

Descubra como as redes de fast food tratam os frangos

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Será que a sua rede preferida de fast food cuida dos animais de fazenda? Nós fomos checar quem está fazendo o dever de casa.

Por que marcas globais têm compromissos com o bem-estar animal, mas atuam diferente em cada país? Os brasileiros têm o direito de comprar carne com a mesma qualidade ética de países que levam a sério esse assunto. Será que a sua rede preferida de fast food cuida dos animais de fazenda? Nós fomos checar quem está fazendo o dever de casa.

Com o objetivo de mapear as políticas e práticas das maiores redes de fast-food do mundo, a Proteção Animal Mundial realizou uma pesquisa com base em informações públicas e critérios abordados em um conjunto de melhorias coletadas, baseadas em evidências científicas globais recentes.

Anualmente, cerca de 60 bilhões de frangos são criados para o consumo global. A maioria deles vive em condições precárias de bem-estar em sistemas de produção em escala, causando inúmeros problemas para a saúde dos animais.

O relatório “Botando ordem no galinheiro 2020” identificou o comportamento dos restaurantes em três aspectos: compromissos e políticas, objetivos-metas e desempenho.

Infelizmente, a conclusão sobre as grandes redes de fast-food pesquisadas mostra que o cuidado é local, apesar da comunicação ser global. 

Burger King, McDonald’s, Starbucks e Subway têm políticas, mas de escopo limitado. Muitas das redes receberam a nota “muito ruim” na avaliação dos critérios de bem-estar animal. Principalmente porque as políticas se limitam a uma região e/ou padrões específicos.

Então por que alguns países têm acesso a produtos com alto nível de bem-estar e no Brasil é diferente?

Infelizmente, marcas internacionais afrouxaram suas políticas localmente. Muitas redes têm alguns compromissos globais relacionados a bem-estar, mas atuam de forma diferente em cada região ou país.

É o caso de redes como KFC, McDonald’s, Subway e Starbucks, que têm políticas sobre confinamento, crescimento, ambientes enriquecidos e abate humanitário, mas as práticas são diferentes nos Estados Unidos, Canadá, Europa e América Latina, sendo esta região que não há compromissos específicos em frangos.

Afinal, por que as redes de fast-food têm políticas mais rigorosas em alguns países e em outros não?

Em alguns países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, há uma pressão maior da sociedade para que as empresas assumam de verdade esses compromissos. No Brasil, a pressão é basicamente do mercado de investidores. É muito pequena a parcela da população que conhece como os animais são criados em escala e, portanto, não exige um controle mais rigoroso do bem-estar animal tanto da indústria quanto do varejo. 

Em geral, as informações são limitadas e pouco claras, ou seja, falta transparência na comunicação para os consumidores. Então, fica difícil acreditar se o bem-estar animal está realmente sendo levado a sério no negócio.

O McDonald’s também não está tão bem na foto. A rede tem uma política global publicada sobre bem-estar de frangos, mas ela não é cumprida em todos os países da mesma forma e abrange 70% das operações. Burger King, Starbucks, Dominos, Subway e Pizza Hut não publicaram o que tem feito para avançar nesse contexto.

Frangos criados em larga escala não vivem bem

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Você sabia que os frangos atingem seu peso de abate em 40 dias, mas o normal é eles atingirem esse peso com cerca de dois meses? E você sabia que eles vivem em galpões superlotados, onde cada frango vive em um espaço de uma folha de papel A4? E mais, as aves não podem se movimentar de maneira adequada, empoleirar, abrir as asas ou explorar o ambiente.

Essa é a realidade em diversas granjas no Brasil, onde muitos frangos são criados em galpões industriais intensivos sem ao menos ter acesso à luz natural.

Os ambientes onde vivem os animais de fazenda não são bons. A alta lotação umedece a cama, que fica sobre camadas de fezes e material orgânico úmido e rico em amônia; as aves passam a ter queimaduras, erupções cutâneas e problemas nos pulmões e olhos.

A lotação extrema causa problemas locomotores, doenças de pele e agressividade. Além disso, sem luz natural, os frangos criados em sistemas intensivos só veem a luz artificial e de baixa intensidade. Durante longos períodos, eles não descansam, têm alto nível de estresse e até pânico.

Apesar desse cenário desafiador, os frangos podem ser felizes com a nossa ajuda! Imagine se todos os consumidores só comprassem carne das redes de fast-food que implementassem políticas com altos níveis de bem-estar animal? 

Empresas nacionais e internacionais devem comunicar, de forma clara, as iniciativas positivas nesse sentido. Os consumidores devem acompanhar e checar nos websites as informações publicadas nos relatórios anuais das empresas.