O uso indiscriminado de antibióticos na pecuária industrial intensiva tem o objetivo de promover o crescimento e mascarar as más condições nas quais os animais vivem.
A pecuária industrial intensiva para a criação de animais de produção não se dispõe a arcar com riscos financeiros, então todos os anos aposta em 131.000 toneladas de antibióticos que são administrados em animais estressados como forma de evitar que eles fiquem doentes. Isso corresponde a 75% de toda produção mundial de antibióticos.
Há mais de 50 anos os antibióticos são utilizados de forma indiscriminada na pecuária industrial intensiva com o objetivo de promover o crescimento e prevenir doenças no rebanho (principalmente aves e suínos), o que vai contra a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esse uso excessivo e sem controle de antibióticos faz com que bactérias resistentes surjam e sejam transmitidas aos seres humanos, tornando os antibióticos menos eficazes para tratar as pessoas e colocando nossa saúde em risco.
Confira uma análise do impacto da pecuária industrial intensiva na resistência antimicrobiana:
Mas como os antibióticos são utilizados em animais de fazenda?
Na maioria das vezes os antibióticos são utilizados de três formas na pecuária – mas somente uma é considerada adequada aos padrões de bem-estar ético com os animais:
- Como promotor de crescimento: antibióticos em baixas dosagens e por longos períodos provocam ganho de desempenho (conversão alimentar e ganho de peso diário), promovendo a seleção de bactérias resistentes.
- Na forma preventiva/profilática: geralmente acontece quando a imunidade dos animais é desafiada, ou quando são submetidos a forte estresse, como por exemplo no desmame precoce ou quando são mantidos em ambientes superlotados, ou seja, com muitos animais em pouco espaço (alta densidade). Nesse caso, o antibiótico é colocado na ração ou água para tratar todo o grupo para prevenir o aparecimento de doenças, o que também promove a seleção de bactérias resistentes.
- Na forma terapêutica: quando há a real necessidade de um tratamento específico contra uma infecção bacteriana, ou seja, somente animais doentes receberão antibióticos. Esse tratamento é essencial para a manutenção da saúde e bem-estar dos animais e não promove a seleção de bactérias resistentes.
Temos motivos para comemorar: União Europeia proibiu o uso indiscriminado de antibióticos em animais de fazenda!
Com a campanha "Haja Estômago!" , estamos pedindo aos governos de todo o mundo que imponham uma moratória nas fazendas industriais, além de introduzir e aplicar padrões mais altos de bem-estar na criação de animais.
Para saber mais sobre a campanha, acesse a página www.hajaestomago.com.br.