Ödla säls på marknad som husdjur

5 mitos sobre o comércio de répteis como animais de estimação

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Répteis e anfíbios são animais incríveis, mas eles não pertencem a nossas casas como animais de estimação.

Embora répteis e anfíbios sejam encontrados em vários continentes e países, eles não são animais selvagens e não devem ser criados como animais de estimação.

Para mostrar a importância de manter os animais silvestres na natureza, separamos cinco mitos comuns sobre o comércio de animais de estimação de répteis.

Mito 1: Répteis e anfíbios reproduzidos e criados em cativeiro não são animais selvagens

Animais silvestres mantidos em cativeiro, incluindo aqueles que nascem em cativeiro, continuam tendo suas complexas necessidades sociais, físicas e comportamentais - que se adaptam aos seus habitats naturais.

A criação seletiva de animais de estimação exóticos e selvagens é realizada por um número limitado de gerações, alterando apenas a aparência superficial desses animais. O resultado é que os animais silvestres reproduzidos em cativeiro são fundamentalmente idênticos aos que nasceram na natureza e têm os mesmo instintos e necessidades.

A lizard kept in a tank as a pet

Foto: Kay Lockett

Mito 2: Répteis e anfíbios não são seres sencientes

A verdade é que os répteis são capazes de sentir emoções positivas e negativas. Historicamente, répteis são um dos animais mais incompreendidos - muitas pessoas acreditam que eles não precisam de muito espaço ou enriquecimento ambiental. No entanto, pesquisas científicas mais recentes estão repletas de referências à capacidade deles sentirem ansiedade, estresse, angústia, excitação, medo, frustração, dor e sofrimento.

No caso dos anfíbios, eles apresentam características que são comuns a pássaros e mamíferos, incluindo a capacidade de resolver problemas e brincar, além de apresentarem comportamentos sociais complexos.

Em cativeiro, animais exóticos frequentemente sofrem de estresse crônico e têm problemas de saúde, já que o cativeiro não pode fornecer tudo o que eles precisam para viver felizes e saudáveis.

Mito 3: Répteis e anfíbios vivem mais e melhor em cativeiro

Todos os animais merecem ter uma vida boa e a mortalidade é uma medida muito pobre para estimar a qualidade de vida do animal.

Embora um réptil possa ter uma expectativa de vida longa por ter algumas de suas necessidades físicas atendidas em cativeiro, ter uma vida com altos níveis de bem-estar animal significa contar com uma série de fatores - não apenas a ausência de experiências negativas.

Além disso, ter uma vida mais longa significa que os donos devem se comprometer por mais tempo a cuidar do animal de maneira adequadaNo que diz respeito a alguns animais, como tartarugas, isso pode significar ser responsável pelo animal de forma adequada durante várias décadas ou até mesmo mais de 100 anos! 

A lizard kept in a tank as a pet

Mito 4: Ter um réptil ou anfíbio como animais de estimação é igual ter um gato ou cachorro

Animais como cães e gatos foram selecionados, por meio de reprodução, para características específicas que se repetem por muitas gerações.

Acredita-se que os cães tenham sido domesticados entre 27.000 e 40.000 anos atrás. Já os gatos, estima-se que isso tenha acontecido entre 3.600 e 9.500 anos atrás. Evidências apontam que cães e gatos já tinham predisposição genética para a domesticação, o que significa que eles tinham flexibilidade genética para serem domesticados. Com cuidados e condições adequadas, podem viver com os seres humanos em cativeiro sem sofrer.

Ao contrário dos cães e gatos, os animais silvestres não passaram por um processo de domesticação - que pode levar milhares de anos. Répteis e anfíbios, por exemplo, parecem não ter a predisposição à domesticação. Eles têm necessidades inatas que os tornam prontos para uma vida na natureza desde o início de suas vidas - tornando-os incapazes de se adaptar a uma vida em cativeiro.

Mesmo os que nascem em cativeiro ainda mantêm as características de um animal selvagem, o que os torna inadequados para um ambiente doméstico.

Mito 5: O comércio de répteis e anfíbios é bem regulamentado

O comércio de animais exóticos ou selvagens de estimação existe tanto legal quanto ilegalmente.

No comércio legal, temos os animais que são legalmente criados em cativeiro ou capturados na natureza. No ilegal, temos aqueles que são ilegalmente caçados, traficados e mantidos em cativeiro.

Além disso, evidências indicam que o comércio legal aumenta a demanda por animais de estimação silvestres ou exótico. Ou seja, apesar de legal, este comércio impulsiona o ilegal.

A lizard kept in a tank as a pet

Como você pode ajudar

Independente dos animais serem criados em cativeiro ou de serem capturados na natureza, o comércio de animais de estimação exóticos é cruel, destrutivo e faz com que os animais tenham uma vida inteira de sofrimento. 

Mostre que você é um defensor dos animais silvestres e se comprometa a:

  • Não comprar um animal silvestre para mantê-lo como animal de estimação ou outros fins;
  • Não abandonar nem soltar um animal silvestre que já esteja sob sua guarda;
  • Não reproduzir animais silvestres para que sejam mantidos como bichos de estimação. 

Em cativeiro, animais exóticos frequentemente sofrem de estresse crônico e têm problemas de saúde, já que o cativeiro não pode fornecer tudo o que eles precisam para viver felizes e saudáveis.

Junte-se a nós para salvar nossa fauna

Assine o manifesto em defesa da vida silvestre.

Ao enviar este formulário, concordo em receber mais comunicações da Proteção Animal Mundial e entendo que posso desistir a qualquer momento.

Saiba como usamos seus dados e como os mantemos seguros: Política de Privacidade.

Manifesto “Em defesa da Vida Silvestre”

“Defaunação, não! Refaunação, já!”

Este é um pedido para colocarmos fim à defaunação no Brasil.


Pedimos licença para falar pelos animais silvestres e expor o conjunto de ameaças que acontece dentro de seus habitats naturais.

Elas são muitas e chegam por todos os lados. A partir do momento que os humanos invadem áreas naturais e modificam os ecossistemas, devem se responsabilizar pelos impactos que trazem aos seus habitantes.

O desmatamento é a principal causa da perda de habitats no Brasil. Por meio dele não perdemos só árvores, mas destruímos também o lar e a vida de inúmeros animais. 

Neste momento, está acontecendo uma enorme perda de áreas naturais habitáveis em todos os biomas brasileiros, em especial na Amazônia e no Cerrado – que concentraram 85% do desmatamento do país nos últimos cinco anos, segundo dados do Mapbiomas.

E tem mais: 97% de toda essa área desmatada foi para uso da agropecuária. Florestas, campos e savanas, com as milhões de espécies que abrigam, estão sendo convertidos em monoculturas e pasto, acabando com sua biodiversidade.

Após o desmate, outras agressões ambientais aprofundam as ameaças aos animais silvestres. Como no caso das queimadas para a limpeza de terras que muitas vezes saem de controle e queimam novas áreas nativas, levando à carbonização, asfixia e queima de ninhos e tocas de milhares de espécies, como araras e lobos-guará, afugentando todos os animais que ali vivem e não é só isso.

Após toda devastação e destruição, vem a contaminação por agrotóxicos em lavouras estabelecidas.

Pressionada por esse conjunto de ações humanas que destroem seus habitats, a fauna silvestre, quando não se vê aprisionada em pequenos fragmentos de mata, é expulsa de seus locais de abrigo e alimentação ou obrigada a se deslocar, ficando exposta a atropelamentos em rodovias, ao tráfico de animais, aos conflitos com humanos, à fome e sede.

De acordo com o CBEE (Centro Brasileiro de Estudos de Ecologia de Estradas), estima-se que 15 animais silvestres morram atropelados por segundo no Brasil... Outros tantos, como antas, tamanduás e lobos-guará, para além dos insetos como abelhas e borboletas, adoecem ou morrem envenenados pelos agrotóxicos.

Fugir de seus lares em busca de sobrevivência faz com que os animais fiquem ainda mais vulneráveis à caça e ao comércio de silvestres, que é outra grande ameaça à fauna, sendo legalizado ou não.

Animais silvestres não nasceram para serem transformados em animais de estimação, tampouco para atenderem ao prazer sádico pela caça esportiva ou para entretenimento e selfies.

Infelizmente, a caça de silvestres no Brasil corre risco de ser legalizada, aumentando ainda mais a pressão que vem ocorrendo nos biomas brasileiros.

Os animais não são produtos para serem comercializados. Não podemos deixar que a nossa fauna seja caçada e comercializada para qualquer finalidade.

Nem prisioneiros nem refugiados

A fauna silvestre precisa de ambientes seguros, saudáveis e com espaço suficiente para existir. Como prevê a Constituição Federal, no artigo 225: é proibido práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem extinção ou que submetam os animais à crueldade.

Para além de suas funções ecológicas, os animais também são seres sencientes, dotados de sentimentos, inteligência e autonomia. Eles são sujeitos de direitos e não objetos, como muitas legislações brasileiras passaram a reconhecer.

Entre seus direitos, está o da liberdade e o de viver plenamente de acordo com seus comportamentos naturais – e não como animais de estimação.

O desmatamento, a agropecuária industrial e o comércio de animais prejudicam o bem-estar animal e têm levado à defaunação, que é a perda de animais silvestres nos seus habitats naturais.

Refaunação já!

Atuamos para que os animais silvestres vivam em seus habitats, livres da exploração comercial e de ameaças, podendo expressar seus comportamentos naturais. Mas não basta apenas interromper a destruição ou restaurar áreas já desmatadas.

É preciso refaunar e trazer de volta os animais para as florestas!

Florestas vazias não conseguem se manter e prosperar de forma saudável. As soluções para isso já existem.

Por isso, defendemos:

Priorizar a restauração de áreas degradadas para corredores ecológicos da fauna, revertendo a fragmentação de habitats e o isolamento das espécies;

Substituir o modelo agroindustrial baseado em monoculturas e agrotóxicos pela agrofloresta e agroecologia, com uso de bioinsumos, para uma convivência mais harmoniosa e saudável da produção de alimentos com a fauna silvestre;

Tornar obrigatório as passagens de fauna nas rodovias brasileiras;

Incentivar e estruturar o turismo de observação de animais nos roteiros de ecoturismo e turismo regenerativo como alternativas econômicas sustentáveis para comunidades locais, sem a exploração comercial das espécies;

Aprimorar as leis brasileiras para que reconheçam os animais como sujeitos de direitos, sencientes e não objetos.
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