Tigre acorrentado

Dia da mentira: Veja 6 mentiras sobre entretenimento com animais silvestres

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Neste 1º de abril, conheça as maiores mentiras que a indústria do turismo conta só para continuar lucrando em cima do sofrimento dos animais.

É normal que quem ame os animais inclua em seus roteiros de viagens a visitação de locais que permitam algum tipo de interação com silvestres. Mas nem toda atração com animais selvagens é amiga dos animais.

Por isso separamos 6 mentiras que as atrações contam só para continuar lucrando com a crueldade animal.

São elas:

1. Os animais gostam de fazer truques

Shows com golfinhos e outras apresentações no estilo de circo são grandes negócios para as empresas de turismo, que lucram com turistas que nem sempre conhecem a realidade por trás dessas atrações. Mas a verdade é que os animais explorados para essas atividades não estão felizes.

Para realizar truques, os animais são submetidos a treinamentos cruéis (rotina de trabalho é coisa de ser humano!), que incluem privação de comida, uso de correntes, passar a vida toda em cativeiro, ser forçado a procriar (para, em seguida, separar a mãe de seus filhotes) e exposição frequente a situações estressantes.

Veja o que uma ex-treinadora tem a dizer sobre as atrações com golfinhos em nosso minidocumentário:

Se os animais que são explorados para se apresentar em shows pudessem falar, eles certamente contariam histórias difíceis de serem ouvidas.

2. Os animais gostam de receber carinho e ser tocados por turistas

Para os animais silvestres, não é natural levar turistas nas costas, ser banhado por turistas ou receber “carinho” de pessoas durante todo o dia. Na verdade, eles são expostos a tratamentos horríveis para que se tornem submissos o suficiente para que isso possa acontecer.

Para que os elefantes sejam explorados pela indústria do turismo, por exemplo, os filhotes são arrancados à força de suas mães e acorrentados para contê-los. Os treinadores ainda usam um gancho/vara de metal para espetar áreas sensíveis, causando um trauma físico e psicológico no animal.

Tudo isso para que turistas tenham uma experiência “única” de férias.

3. É natural para os animais sair em selfies e fotos

Para muitas pessoas, tirar uma foto com um animal silvestre pode ser uma experiência única. Mas para o animal, a história é bem diferente.

Você sabia que existem mais tigres vivendo em cativeiro do que na natureza? Só nos Estados Unidos, estima-se que o número de tigres em cativeiro seja de 5.000 – bem mais do que os 3.200 que ainda vivem na natureza, em todo o mundo.

Os tigres que são usados em fotos frequentemente vivem aprisionados em pequenas jaulas ou são acorrentados ao chão por longos períodos de tempo. Seus filhotes são retirados à força das mães para que possam ser alimentados artificialmente pelos turistas. A fim de torná-los mais acessíveis a turistas, eles têm os seus dentes caninos e as suas unhas retiradas, em um processo bastante doloroso.

E essa realidade não está restrita a outros países: na Amazônia, as preguiças estão no topo da lista dos animais que são explorados para serem usados como acessórios em selfies. Outras espécies como jacarés, cobras e botos-cor-de-rosa também são submetidas a abusos físicos, além de serem aprisionados em locais sujos e apertados, para alimentar esse “comércio de selfies”.

Turista segurando filhote de leão no colo enquanto duas mulheres registram o momento

Se esses fatos ainda não te convenceram de que tirar selfies com animais silvestres é prejudicial aos animais, relembre quando na Índia um filhote de elefante morreu após ser cercado por dezenas de pessoas que queriam tirar uma foto do animal.

O sofrimento dos animais silvestres não vale uma selfie.

4. Os animais se adaptam ao espaço em que são mantidos em cativeiro

Dizer que os animais se adaptam à vida em cativeiro é uma das maiores mentiras que a indústria do entretenimento pode contar aos turistas.

Turista segurando filhote de leão no colo enquanto duas mulheres registram o momento

No caso dos golfinhos, por exemplo, em aquários e delfinários eles são mantidos em tanques 200 mil vezes menor do que o espaço que teriam na natureza. Isso faz com que eles sofram com vários problemas de saúde específicos da vida em cativeiro, como estresse extremo, comportamentos neuróticos e níveis anormais de agressividade – são comuns os casos de golfinhos que atacam os turistas ou treinadores durante as interações que são forçados a ter.

5. Atrações com animais ajudam na conservação de espécies

Muitos locais utilizam a conservação como chamariz publicitário para atrair o público, mas a verdade é que isso não passa de uma estratégia para continuar lucrando em cima do sofrimento dos animais. Isso porque menos de 10% dos zoológicos e aquários, por exemplo, estão envolvidos em programas de conservação relevantes.

Em 2015, a Universidade de Oxford publicou um estudo e expôs que 4 milhões de turistas contribuem com abusos contra animais silvestres todo ano. Foram auditados 24 tipos de atrações turísticas e apenas seis foram consideradas positivas para a conservação e bem-estar animal. Todas eram santuários de animais silvestres.

Parques de leões, que são comuns na África, por exemplo, não colaboram em nada com o aumento da população de leões, uma vez que os animais não podem ser soltos na natureza de forma segura. Na contramão da conservação, leões adultos são eutanasiados, mantidos em cativeiro de forma inadequada ou vendidos para zoológicos, fazendas de leões ou até mesmo para colecionadores.

Turista segurando filhote de leão no colo enquanto duas mulheres registram o momento

6. Atrações com animais promovem educação ambiental e ciência

Pesquisas qualitativas revelam que visitantes de parques e experiências que exploram animais selvagens em cativeiro aprendem quase nada sobre as espécies exploradas. Pelo contrário, os turistas são induzidos a acreditar em grandes mentiras, como:

  • Bichos-preguiça e golfinhos são tão bem cuidados em cativeiro que estão sempre sorrindo – quando, na verdade, o “sorriso” é sua única expressão facial possível devido ao formato de seu rosto.
  • Os comportamentos de animais em parques, como acenos com patas e nadadeiras, são comportamentos naturais, que os animais também manifestam na natureza.

A indústria também faz o público acreditar que os espaços apertados, monótonos e sem contato social com outros de sua espécie imitam as mesmas situações complexas que os animais usufruem quando livres, em seus habitats... Você acredita mesmo nesse absurdo?

Além disso, a minoria esmagadora dos locais que exploram animais selvagens em cativeiro para o entretenimento têm atividades de pesquisa. Afinal, isso é visto como custo (e menos lucro).

Já os poucos que têm programas de pesquisa realizam projetos científicos de qualidade discutível. A maioria não se dedica a temas como bem-estar animal, conservação da biodiversidade ou educação. Ao invés disso, se preocupam em produzir conhecimentos e técnicas dedicados a melhorar a reprodução em cativeiro de espécies de alto valor para o entretenimento - sem a mínima intenção de devolvê-los à natureza.

Há ainda lugares que se dedicam a descobrir curas para doenças comuns em animais que vivem em cativeiro, mas que não são observadas nas populações selvagens. Ou seja, são pesquisas de valor particular, que buscam atender essencialmente as necessidades dessa indústria. 

Seja um turista consciente e amigo dos animais

Seja um turista consciente e amigo dos animais

Agora que você já conhece as maiores mentiras que a indústria do turismo pode contar para te convencer a financiar a crueldade animal, sempre pesquise e investigue se o local que você pensa em visitar é ético e se preocupa com o bem-estar dos animais.

Utilize como base o nosso guia para ser um turista amigo dos animais para ver com o que você deve se preocupar e proteger os animais.