28 day old broiler chickens crammed together in a chicken shed

Expondo a verdadeira receita secreta de frango do KFC

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Nos últimos dias, a internet foi tomada pela notícia de que a mistura secreta de 11 ervas e temperos por detrás do império de frango frito do KFC tinha sido revelada para o mundo.

Por Emma Slawinski, Diretora Europeia de Programas da World Animal Protection

Houve uma enorme especulação online e na mídia sobre a suposta exposição de um dos segredos mais lendários e bem guardados da história do fast-food.

Há anos, essas ervas e temperos secretos instigam o imaginário das pessoas, mas sem elas... O que sobra? Frango. E de onde vem o frango? Bom, esse é o verdadeiro segredo: nós não sabemos.

Muitas pessoas desconhecem ou não compreendem o sofrimento pelo qual os frangos de corte são submetidos ao redor do mundo. Nós costumamos saber mais sobre as condições de bem-estar em que vivem as aves de postura, mas ainda é preciso trabalhar para que as pessoas entendam o sofrimento que permeia a criação industrial de frangos para corte.

Uma vida curta e anormal

A maioria de nós imagina frangos correndo livremente, ciscando, se coçando, esticando as asas. Esse é o comportamento normal dos frangos. Mas não é assim que bilhões de frangos são criados antes de se tornarem carne em nossos pratos.

A maioria das pessoas ficaria chocada ao descobrir que um frango de corte viverá menos de seis semanas antes de ser abatido em um sistema de criação intensiva.

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Frangos de corte com sete dias de vida, criados em um sistema intensivo para fins comerciais.

A seleção genética faz com que eles cresçam tão rapidamente que seus ossos, corações e pulmões não conseguem acompanhar o ritmo. Eles se agacham na forragem suja, por conta de suas pernas doloridas ou deformadas. Mortes causadas por ataque cardíaco ou insuficiência cardíaca são comuns, já que seus corações inchados não conseguem fornecer oxigênio o bastante para oxigenar os músculos desproporcionais do peito.

Geralmente, os frangos de corte criados de forma intensiva são mantidos em um galpão com cerca de 20.000 a 30.000 aves, que é iluminado artificialmente. Isso quer dizer que o tradicional frango assado de domingo tem mais espaço morto, dentro do forno, do que tinha quando vivia em um galpão industrial.

Em muitos desses galpões, não há qualquer enriquecimento do ambiente, luz natural ou espaço para se coçar, ciscar e esticar as asas. A maioria dos frangos senta em seus próprios dejetos e acaba desenvolvendo queimaduras provocadas pela alta concentração de amônia.

Um frango criado industrialmente para corte não é um produto natural. Ele cresce de forma tão anormal que fica irreconhecível perante a um frango criado naturalmente.  Ele é escondido dos nossos olhos e não tem uma vida que vale a pena ser vivida antes de se tornar carne em um prato.

Descubra de onde vem seu frango

Não estamos defendendo que você não deve comer frango. Afinal de contas, é uma das carnes mais populares do mundo. O que nós pedimos é que você se importe com a origem do frango no seu prato. Frangos são animais antes de se tornarem carne e merecem ter uma vida que valha a pena ser vivida – mas isso não acontece com bilhões deles.

O frango que você está comendo – seja ele feito com 11 ervas e temperos secretos, frito, como hambúrguer ou em uma enchilada – é produzido humanamente?

Nossa nova campanha #MudePelosFrangos ajuda a entender melhor essas questões: para que você possa fazer uma escolha consciente do que comer e se posicionar contra o sofrimento secreto no qual vivem bilhões de frangos de corte, ao redor do mundo.

Faça parte. Ajude a acabar com o sofrimento secreto dos frangos.

Todos os anos, 70 bilhões de animais em todo o mundo são criados para fornecer carne, leite, ovos e outros produtos para consumo humano. Muitos deles vivem em condições de sofrimento e estresse.

Nós não podemos dar as costas para o problema. A Proteção Animal Mundial trabalha com governos, produtores rurais e consumidores para forçar mudanças que melhoram o bem-estar e proporcionam vidas melhores para esses animais.