The deadliest catch: world’s biggest seafood companies can do more to address lost fishing gear - Sea Change - World Animal Protection

80% das principais empresas pesqueiras do mundo não estão combatendo a pesca fantasma

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Equipamentos perdidos ou abandonados transformam nossos oceanos em um ambiente mortal para animais marinhos e costeiros – mas as grandes empresas poderiam ajudar

O nosso novo relatório Fantasmas sob as ondas, lançado nessa quinta-feira (8), mostra que os 15 principais fornecedores mundiais de pescado podem – e devem – fazer mais para proteger os animais marinhos, os seus preciosos ecossistemas e as reservas globais de peixes.

A pesquisa classificou a capacidade dessas empresas de enfrentar o problema da pesca fantasma, em uma escala de 1 a 5, e constatou que as empresas mais poderosas não estão assumindo sua responsabilidade: sua estratégia de negócio não inclui o gerenciamento e manuseio responsável dos equipamentos de pesca utilizados.

Assustadoramente, o nosso relatório aponta que 80% das empresas avaliadas não possuem um plano de combate aos equipamentos de pesca abandonados, descartados ou perdidos – ou então, não reconhecem publicamente o problema.

"É muito triste saber que os animais marinhos correm grande risco de ficarem presos em equipamentos extremamente resistentes, sofrendo mutilações, feridas e sufocamento durante meses até que morram”, lamenta Steve Mclvor, CEO da Proteção Animal Mundial.

Monk seal is caught in abandoned fishing tackle, Pacific Ocean

A boa notícia é que, dentre os 15 principais fornecedores de pescado do mundo, identificamos algumas empresas que vêm dando os primeiros passos para combater a pesca fantasma. É o caso da Young’s Seafood, Thai Union e Tri Marine, que já possuem planos para gestão dos equipamentos de pesca em suas agendas.

Gostaríamos, no entanto, de ver mais empresas atuando dessa maneira e se tornando parte fundamental da solução para a pesca fantasma.

De acordo com o relatório:

  • A pontuação média das empresas foi de apenas 22%
  • Menos da metade das empresas efetivamente se preocupam em lidar com lixo marinho, poluição ou emaranhamento de animais 
  • Apenas três empresas – Young’s Seafood, Tri Marine e Thai Union – estabelecem políticas para lidar com equipamentos de pesca perdidos ou abandonados 
  • Apenas duas empresas – Bumble Bee e Clearwater Seafoods – divulgam publicamente que têm rastreabilidade 100% verificável dos seus produtos e supervisão dos suprimentos
  • Apenas duas empresas – Tri Marine e Young’s Seafood – são participantes da nossa Iniciativa Global Contra a Pesca Fantasma
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Em algumas áreas dos oceanos, a pesca fantasma está matando cerca de 5 a 30% das reservas de peixes.

Outros animais marinhos também ficam emaranhados ou engolem pedaços de plástico e podem sofrer com intoxicação, mutilação ou até acabar morrendo de forma lenta e dolorosa. Entre as espécies afetadas estão baleias, focas e tartarugas marinhas.

Por serem majoritariamente feitos de plástico, os equipamentos de pesca fantasma podem durar até 600 anos à deriva nos nossos oceanos. Esse problema está ficando cada vez pior e, com isso, o sofrimento dos animais marinhos também.

Mudando a maré

Prevenir a pesca fantasma é fundamental. A cada ano, mais de 100.000 baleias, golfinhos, focas e tartarugas marinhas são vítimas de equipamentos de pesca perdidos ou abandonados nos oceanos.

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Os equipamentos de pesca fantasma são quatro vezes mais perigosos – formando armadilhas e matando animais marinhos – do que todas as outras formas de detritos marinhos juntos. Além de contribuir para poluição de plástico nos oceanos: 70% dos microplásticos são, na maioria das vezes, relacionados aos restos de equipamentos de pesca.

Leia mais sobre o relatório, aqui.

É muito triste saber que os animais marinhos correm grande risco de ficarem presos em equipamentos extremamente resistentes, sofrendo mutilações, feridas e sufocamento durante meses até que morram