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Prática atrasada, Terra arrasada: investigação aponta que JBS está relacionada com lavagem de grãos

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Investigação em parceria com a Repórter Brasil aponta que JBS está relacionada com lavagem de grãos e invasão de territórios de comunidades tradicionais.

Produzido em parceria com a Repórter Brasil, relatório "Prática atrasada, Terra arrasada" revela que consumidores desavisados estão comprando alimentos sem levar em conta o bem-estar animal e os impactos nos habitats de animais silvestres e na mudança do clima.

Nossa investigação aponta que o Grupo JBSuma grande produtora de carnes e dona das marcas Seara, Swift e Friboi – conta com uma complexa rede de intermediários que omite parte da origem de seus grãos adquiridos para a fabricação de ração animal, cultivados por agricultores envolvidos em desmatamento e grilagem verde.

Ou seja, grandes produtores rurais se apossam das terras preservadas de comunidades tradicionais e as registram como áreas de reserva legal de suas propriedades, motivando conflitos violentos contra comunidades tradicionais.

Pressione a JBS a parar de financiar o desmatamento

Placa de uma área de reserva natural toda destruída. A placa está em uma fazenda próxima a uma comunidade tradicional.

A placa de área de reserva natural está em uma fazenda próxima a uma comunidade tradicional. Imagem: Fernando Martinho

O relatório detalha como a cadeia produtiva da JBS:

  • Compra grãos para produção de ração animal que podem ter como origem fazendas cuja produção está localizada em áreas embargadas por desmate ilegal, por plantio sem licença e em áreas que deveriam ser preservadas;
  • Greenwashing, já que se compromete publicamente com a sustentabilidade de sua produção, enfrentamento do seu impacto nas mudanças climáticas e o bem-estar animal, mas se esquiva de sua responsabilidade sobre os diversos níveis de sua cadeia;
  • Segue fornecendo produtos contaminados pela destruição de habitats de animais silvestres, para diversas outras marcas e redes internacionais, como McDonalds, Burger King e Carrefour por meio da Seara;
  • Põe em risco os esforços do Brasil para atingir o desmatamento zero até 2030, bem como seus compromissos climáticos e de segurança alimentar.

Leia o relatório

Um sagui em uma árvore no Cerrado.

Os animais selvagens são impactados diretamente pela destruição de habitats pela pecuária industrial. Imagem: Fernando Martinho

Sobre a investigação

A investigação rastreou a soja cultivada por um fazendeiro que se apropria de terras de uso uma comunidade tradicional no Cerrado, dentro da região conhecida como Matopiba (acrônimo formado pelas siglas dos estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Estas fazendas fizeram negócios com uma comercializadora de grãos que envia seu farelo para uma das plantas de processamento de ração da JBS Seara.   

A ração é distribuída para as fazendas industriais da JBS, nas quais milhões de animais, como porcos e galinhas, são mantidos em condições que desrespeitam suas necessidades básicas, além de receberem doses excessivas e desnecessárias de antibióticos. Tudo isso para evitar que eles fiquem doentes devido às condições estressantes em que são mantidos.

A carne produzida por esses métodos é exportada para diversos países, deixando um rastro doloroso para os animais de fazenda e para os animais silvestres, que perdem cada vez mais seus habitats.

“Isso deveria preocupar a todos, porque empresas como a JBS querem expandir cada vez mais essas práticas para o mundo. A agropecuária industrial é fonte de grande sofrimento para os animais e o comércio de ração animal é seu combustível. Sem esse comércio global e insustentável de grãos para a ração animal, a atividade, da forma como é praticada, desmoronaria. É por isso que pedimos o fim da pecuária industrial e a valorização do bem-estar animal nos sistemas agrícolas e alimentares do século 21", afirma Jacqueline Mills, Chefe de Campanha de Sistemas Alimentares na Proteção Animal Mundial.

O impacto ambiental causado pela pecuária industrial

Embora as questões de desmatamento relacionadas à produção de soja e milho nas cadeias de fornecimento dos produtores de carne já tenham sido relatadas para as próprias empresas, sejam reconhecidas pela academia, órgãos de fiscalização e até pela sociedade civil, a JBS desconsidera esse risco.

Estudos indicam que 22% da produção de soja no Cerrado ocorre em imóveis com desmatamento ilegal pós 20081. No entanto, a empresa tem ignorado o risco material de contaminação por desmatamento na produção de grãos, reconhecendo apenas o risco na compra de gado, considerado apenas a pecuária como única fonte de risco de desmatamento.

Imagem aérea de uma plantação de soja que servirá de ração para alimentar os animais criados em sistemas industriais

Plantação de soja que servirá de ração para alimentar os animais criados em sistemas industriais. Foto: Fernando Martinho

"A devastação em curso do tão biodiverso Cerrado para a produção de grãos dizima habitats de animais silvestres, fomenta o sofrimento de inúmeros animais de criação industrial e agrava a mudança do clima. Por isso, acreditamos que a pecuária industrial não pode continuar e que a produção animal precisa ser limitada, assim como são os recursos que ela utiliza”, afirma Marina Lacôrte, Gerente da Campanha de Sistemas Alimentares na Proteção Animal Mundial.

“É fundamental que todos os atores dessa cadeia sejam cobrados e corresponsabilizados por suas práticas e que os consumidores saibam quem são as empresas e marcas envolvidas com sofrimento animal e devastação de florestas. Assim eles podem fazer melhores escolhas quando há essa possibilidade”, complementa Marina.

Exija que a JBS pare de financiar o desmatamento

Estamos vivendo uma emergência climática e o setor agropecuário é um dos principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa. 

Por isso estamos pedindo que a JBS assuma a sua responsabilidade que há tempos está contaminada pela devastação de habitats e que está condenando nossa fauna à morte.

O futuro dos animais, de nosso planeta e das pessoas está em jogo.

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