Iconische jaguar wordt bedreigd door de Braziliaanse vlammenzee

Siron Franco destaca a onça-pintada em projeção na cúpula do Museu da República, em Brasília

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No dia internacional da onça-pintada, artista utiliza técnica de vídeo mapping para homenagear e pedir atenção ao maior felino das Américas

Na última segunda-feira, 29 de novembro, comemoramos o dia internacional da onça-pintada. Para alertar e homenagear este incrível felino, colaboramos com o artista plástico Siron Franco para que ele realizasse projeções de vídeo mapping na cúpula do Museu da República, em Brasília. 

A instalação, intitulada como "Onça-Pintada", contou com imagens e vídeos de nosso acervo e de outros parceiros, como o Instituto Homem Pantaneiro, Isa Ceteep e Panthera.

Pantanal Jaguar

Reprodução/TV Globo

Confira reportagem com vídeo da obra "Onça-Pintada" de Siron Franco

Por sua presença e importância ecológica milenar, o animal faz parte do imaginário ancestral e possui status destacado em cultos, mitos e lendas de povos nativos. Apesar de temidas, as onças costumam fugir de seres humanos. Também conhecida como jaguar, a onça-pintada é o terceiro maior felino do mundo, atrás apenas do tigre e do leão. A onça é o maior felino do continente americano, no qual pode ser encontrado em regiões desde o norte do México até o norte da Argentina, o que corresponde a cerca de 40% de sua distribuição original.

Como um todo, a espécie está atualmente classificada como quase-ameaçada pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em Inglês). No Brasil, entretanto, na última edição do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, de 2018, elaborado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o animal aparece em situação pior, listado como vulnerável.

No Brasil, a maior população do animal está na Amazônia, mas é no Pantanal que ele encontra condições que mais lhe favorecem (inclusive à reprodução) e pode ser avistado com maior facilidade. Tal fato abre um enorme potencial para o turismo, quando realizado de forma segura e sustentável. Por ser um predador do topo da cadeia nos biomas em que ocorre, é um símbolo de biodiversidade, de conservação e de equilíbrio ecossistêmico.

Pantanal Jaguar

Foto: Instituo Homem Pantaneio - André Zumak

Mas o ciclo de queimadas e secas cada vez mais frequentes no Brasil, em especial no Pantanal e no Cerrado, o que gerou registros dramáticos de onças-pintadas mortas e feridas pelo fogo, transformou o animal também em uma espécie de símbolo global do avanço da destruição humana impulsionada pelo agronegócio e abertura de novas áreas para pastagens e o cultivo de soja para a produção de ração animal.

No Brasil e no continente em geral, este processo reforça a ameaça ao grande felino por parte de outras atividades mais furtivas, mas extremamente danosas: a caça ilegal e o tráfico internacional de vida silvestre. Em 2018 uma investigação apontou para o extermínio de onças e o abastecimento, via tráfico, de um mercado global de produtos para supostos fins medicinais, ornamentos de luxo e alimentação.

Um outro relatório recente, com etapas de apuração em 2017 e 2021, mostrou como um mercado público no Peru, localizado próximo da tríplice fronteira com Brasil e Colômbia, retomou rapidamente atividades durante a pandemia de Covid-19, incluindo o comércio ilegal de vida selvagem e envolvendo onças e jaguatiricas, entre cerca de 200 espécies no total.