Cobra jiboia no chão de terra

Descubra por que a jiboia não é um animal de estimação

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Conheça os principais equívocos de quem decide ter uma serpente de estimação

A ideia de que as serpentes são animais fáceis de criar, são resistentes e demandam pouco cuidado é um grande erro. Na verdade, as pessoas não entendem que a forma com que estes animais reagem ao sofrimento não é igual aos mamíferos e animais mais conhecidos.

Só percebemos que algo está errado quando ela deixa de comer  o que é um sinal que ela já está sofrendo a um certo tempo.

A jiboia, espécie não venenosa, é uma das mais comuns de se encontrar nos ambientes domésticos. Mas ao contrário do que se acredita, oferecer um terrário minimalista e climatizado não é o suficiente para abrigar uma serpente de estimação.

Veja abaixo os principais equívocos de quem decide ter uma serpente de estimação  e acredita que é fácil dar ao animal tudo o que ele encontraria na natureza.

1. Simplificar demais o ambiente

Esse é um dos primeiros equívocos que as pessoas cometem ao adquirir uma serpente de estimação.

Na natureza, uma jiboia pode estar em cima de uma árvore ou escondida entre as folhas no solo, por exemplo. Ela pode habitar tanto florestas tropicais quanto regiões semiáridas. E, como se não bastasse a falta de enriquecimento ambiental, o problema dos terrários domésticos está também no tamanho. Isso porque uma jiboia pode chegar a dois metros de comprimento e em cativeiro ela nunca vai poder se esticar. Uma cobra não vive o tempo todo enrolada.

Jiboia se escondendo embaixo de folhas secas

Se esconder entre as folhas no solo é um dos comportamentos naturais da jiboia. (Foto: Célio Moura-Visual Hunt)

2. Ignorar riscos de transmissão de doenças

Longe de seu habitat natural, as chances de o animal ficar doente são maiores, já que ele provavelmente sofrerá de estresse crônico. A salmonela está entre as doenças que podem ser transmitidas ao criar uma jiboia em casa.

3. Oferecer apenas uma presa como alimento

Este é um ponto de atenção na criação das jiboias em cativeiro. Em geral, elas são alimentadas com apenas um tipo de presa, o que é bem diferente na natureza, onde ela pode se alimentar de roedores, lagartos, aves, entre outros animais. Além disso, por gastarem pouca energia é comum que jiboias domésticas fiquem obesas  e o sobrepeso pode comprometer suas funções.

4. Não saber quanto tempo vive uma jiboia

A jiboia pode viver, em média, 30 anos. Por isso é preciso que o tutor tenha alguém que cuidará do animal quando não puder mais fazê-lo. Afinal de contas, não é tão simples manusear e cuidar de um animal assim... O que leva aos casos de abandono ou devolução de jiboia que são muito comuns.

Serpentes são animais silvestres – e não de estimação

No fim das contas, não vale a pena ter uma serpente de estimação.

Quem admira esses animais deve observá-los na natureza, onde podem viver e se desenvolver plenamente, com seu bem-estar garantido. Nem o tutor mais dedicado poderá dar todas as condições que esse animal para que ele tenha uma vida plena e saudável.

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Manifesto “Em defesa da Vida Silvestre”

“Defaunação, não! Refaunação, já!”

Este é um pedido para colocarmos fim à defaunação no Brasil.


Pedimos licença para falar pelos animais silvestres e expor o conjunto de ameaças que acontece dentro de seus habitats naturais.

Elas são muitas e chegam por todos os lados. A partir do momento que os humanos invadem áreas naturais e modificam os ecossistemas, devem se responsabilizar pelos impactos que trazem aos seus habitantes.

O desmatamento é a principal causa da perda de habitats no Brasil. Por meio dele não perdemos só árvores, mas destruímos também o lar e a vida de inúmeros animais. 

Neste momento, está acontecendo uma enorme perda de áreas naturais habitáveis em todos os biomas brasileiros, em especial na Amazônia e no Cerrado – que concentraram 85% do desmatamento do país nos últimos cinco anos, segundo dados do Mapbiomas.

E tem mais: 97% de toda essa área desmatada foi para uso da agropecuária. Florestas, campos e savanas, com as milhões de espécies que abrigam, estão sendo convertidos em monoculturas e pasto, acabando com sua biodiversidade.

Após o desmate, outras agressões ambientais aprofundam as ameaças aos animais silvestres. Como no caso das queimadas para a limpeza de terras que muitas vezes saem de controle e queimam novas áreas nativas, levando à carbonização, asfixia e queima de ninhos e tocas de milhares de espécies, como araras e lobos-guará, afugentando todos os animais que ali vivem e não é só isso.

Após toda devastação e destruição, vem a contaminação por agrotóxicos em lavouras estabelecidas.

Pressionada por esse conjunto de ações humanas que destroem seus habitats, a fauna silvestre, quando não se vê aprisionada em pequenos fragmentos de mata, é expulsa de seus locais de abrigo e alimentação ou obrigada a se deslocar, ficando exposta a atropelamentos em rodovias, ao tráfico de animais, aos conflitos com humanos, à fome e sede.

De acordo com o CBEE (Centro Brasileiro de Estudos de Ecologia de Estradas), estima-se que 15 animais silvestres morram atropelados por segundo no Brasil... Outros tantos, como antas, tamanduás e lobos-guará, para além dos insetos como abelhas e borboletas, adoecem ou morrem envenenados pelos agrotóxicos.

Fugir de seus lares em busca de sobrevivência faz com que os animais fiquem ainda mais vulneráveis à caça e ao comércio de silvestres, que é outra grande ameaça à fauna, sendo legalizado ou não.

Animais silvestres não nasceram para serem transformados em animais de estimação, tampouco para atenderem ao prazer sádico pela caça esportiva ou para entretenimento e selfies.

Infelizmente, a caça de silvestres no Brasil corre risco de ser legalizada, aumentando ainda mais a pressão que vem ocorrendo nos biomas brasileiros.

Os animais não são produtos para serem comercializados. Não podemos deixar que a nossa fauna seja caçada e comercializada para qualquer finalidade.

Nem prisioneiros nem refugiados

A fauna silvestre precisa de ambientes seguros, saudáveis e com espaço suficiente para existir. Como prevê a Constituição Federal, no artigo 225: é proibido práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem extinção ou que submetam os animais à crueldade.

Para além de suas funções ecológicas, os animais também são seres sencientes, dotados de sentimentos, inteligência e autonomia. Eles são sujeitos de direitos e não objetos, como muitas legislações brasileiras passaram a reconhecer.

Entre seus direitos, está o da liberdade e o de viver plenamente de acordo com seus comportamentos naturais – e não como animais de estimação.

O desmatamento, a agropecuária industrial e o comércio de animais prejudicam o bem-estar animal e têm levado à defaunação, que é a perda de animais silvestres nos seus habitats naturais.

Refaunação já!

Atuamos para que os animais silvestres vivam em seus habitats, livres da exploração comercial e de ameaças, podendo expressar seus comportamentos naturais. Mas não basta apenas interromper a destruição ou restaurar áreas já desmatadas.

É preciso refaunar e trazer de volta os animais para as florestas!

Florestas vazias não conseguem se manter e prosperar de forma saudável. As soluções para isso já existem.

Por isso, defendemos:

Priorizar a restauração de áreas degradadas para corredores ecológicos da fauna, revertendo a fragmentação de habitats e o isolamento das espécies;

Substituir o modelo agroindustrial baseado em monoculturas e agrotóxicos pela agrofloresta e agroecologia, com uso de bioinsumos, para uma convivência mais harmoniosa e saudável da produção de alimentos com a fauna silvestre;

Tornar obrigatório as passagens de fauna nas rodovias brasileiras;

Incentivar e estruturar o turismo de observação de animais nos roteiros de ecoturismo e turismo regenerativo como alternativas econômicas sustentáveis para comunidades locais, sem a exploração comercial das espécies;

Aprimorar as leis brasileiras para que reconheçam os animais como sujeitos de direitos, sencientes e não objetos.
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