Cães de rua são mortos em massa para “limpeza” das cidades-sede da Copa 2018

Cães de rua são mortos em massa para “limpeza” das cidades-sede da Copa 2018

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Apesar do governo russo ter se posicionado contrário à prática, denúncias sobre massacre de animais são cada vez mais frequentes

Apelos de cidadãos e ativistas pelos direitos dos animais ao parlamento russo relatam que animais de rua estão sendo exterminados a tiros ou com injeções letais nas cidades-sede do mundial de 2018.

Depois das primeiras denúncias recebidas, o chefe do comitê de proteção ambiental da câmara de deputados, Vladimir Burmatov, encaminhou uma carta oficial ao Ministro dos Esportes solicitando o uso de métodos éticos, que não causem morte, mutilação ou sofrimento aos animais – como o manejo humanitário.

“Não somos selvagens que assassinam em massa animais de rua, jogando seus corpos ensanguentados em caminhões pela cidade”, disse Burmatov em entrevista ao diário Parlamentskaya Gazeta. 

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O governo federal se posicionou sobre a questão e ordenou aos governos locais que fossem paralisadas quaisquer medidas que pudessem ser consideradas como maus-tratos, além de instruir a abertura de abrigos temporários para o acolhimento dos animais de rua durante as competições.

Entretanto, as denúncias dos protetores e ativistas não param de chegar.

“A matança indiscriminada de cães e gatos antes de grandes eventos esportivos, além de ser um ato cruel e antiético, não resolve a questão. Manejar os animais de maneira humanitária e racional traz resultados a médio e longo prazo e são bem aceitos pela sociedade em geral, pelos turistas e atletas”, explica Rosangela Ribeiro, gerente de programas veterinários da Proteção Animal Mundial no Brasil.

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Casos como esses são irresponsáveis, ineficazes e desumanos.

Infelizmente, pela falta de programas de esterilização em massa e educação em guarda responsável, cachorros abandonados nas ruas são muito comuns nas cidades russas. Em dezembro de 2017, a Federação Russa estimou que existem pelo menos 2 milhões de animais nas ruas, apenas nas cidades-sede do mundial.

Brasil protegeu animais na Rio 2016

Operações de limpeza são comuns antes de grandes eventos. O mesmo aconteceu em outros jogos, como as Olimpíadas de Inverno de Sochi 2014, também na Rússia.

Já no Brasil, às vésperas da realização dos Jogos Olímpicos de 2016, recebemos denúncias de protetores independentes da cidade do Rio de Janeiro – informando que o governo iniciaria um processo de “limpeza” da cidade, incluindo a captura de animais de rua.

Nossa gerente de programas veterinários, Rosangela Ribeiro, escreveu uma carta oficial ao diretor de integração de infraestrutura do Comitê Olímpico Rio 2016, expondo a nossa preocupação com o manejo desses animais e nos dispondo a propor medidas humanitárias, sustentáveis e efetivas para lidar com os animais abandonados que viviam próximos as áreas de jogos.

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Fomos convidados a nos reunir com os organizadores da Rio 2016 e assinamos um termo de cooperação técnica entre a Proteção Animal Mundial e o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. 

O Brasil foi o primeiro país a ter um projeto de proteção dos animais.

O projeto contou com o apoio de diversas equipes, contratadas pela Rio 2016. Isso possibilitou ajudarmos animais de várias espécies – como cães, gatos, equinos, gambás, aves, primatas, cobras, jacarés e capivaras – que viviam ou foram abandonados nas áreas das instalações esportivas.

Além dos resgastes em áreas de risco e das campanhas de adoção, também oferecemos orientações às comunidades sobre como manter seus animais seguros durante os jogos, treinamos as equipes operacionais sobre manejo e resgate etológico e humanitário de animais, e realizamos atividades para promover o bem-estar animal.

Veja o que conquistamos pelos animais em 2016

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A matança indiscriminada de cães e gatos antes de grandes eventos esportivos, além de ser um ato cruel e antiético, não resolve a questão