A bordo, equipe da Proteção Animal Mundial retira rede de pesca fantasma retirada do mar

VÍDEO: Retiramos 56kg de materiais de pesca fantasma do mar em SC

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Em ação de limpeza realizada pela nossa equipe, cerca de 2.500 animais marinhos podem ter sido salvos de equipamentos de pesca à deriva em reserva biológica de Florianópolis

A Proteção Animal Mundial atuou em parceria com o ICMBio, mergulhadores profissionais e pesquisadores para remover petrechos de pesca perdidos e abandonados na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, em Florianópolis (SC).

A área é considerada categoria máxima de restrição, ou seja, a pesca é proibida e sujeita a multas que podem chegar a aproximadamente 50 mil reais, de acordo com Ricardo Castelli, chefe da Reserva Biológica Marinha do Alvoredo. Mesmo assim, alguns pescadores continuam se arriscando a pescar no local.

Veja como foi a ação de limpeza:

“Estamos buscando identificar as condições atuais e combater a pesca fantasma aqui no Brasil. Tomar conhecimento da presença de petrechos à deriva em unidades de conservação é muito preocupante, mais um motivo para intensificarmos nossa luta”, diz João Almeida, nosso gerente de vida silvestre.

Veja nosso relatório inédito sobre pesca fantasma no Brasil.

Com ajuda dos mergulhadores e pesquisadores especialistas, em meados de 2018, detectamos pontos estratégicos para encontrar e retirar os materiais e, em duplas, os mergulhadores desceram cerca de 30 metros para fazer o escaneamento do fundo e retirar os petrechos que estivessem ali.

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“Não se trata apenas da remoção de petrechos. A identificação e categorização desses materiais é muito importante para traçarmos novas formas de trabalho para prevenção e solução do problema”, explica Jéssica Link, bióloga e mergulhadora que ajudou a coordenar a ação conosco.

De todo material recolhido, metade eram redes de nylon – responsáveis por 99% dos casos de animais emaranhados na reserva e um dos piores tipos de lixo plástico marinho, visto que podem levar até 600 anos para se decompor nos oceanos.

69.000 animais por dia no Brasil

Dentre os diferentes tipos de poluição plástica nos oceanos, a pesca fantasma é uma das que mais ameaçam os animais marinhos e, portanto, a nossa principal preocupação.

Só no Brasil, podem ser impactados até 69.000 animais marinhos por dia. Veja mais dados no nosso relatório nacional.

Peixe enroscado em rede de pesca fantasma, abandonada ou perdida na costa brasileira

Por se tratar de equipamentos específicos para captura de animais marinhos, esses petrechos são extremamente resistentes e viram verdadeiras armadilhas para os animais, podendo prender, mutilar e matar diversas espécies.

Espécies importantes da fauna brasileira como baleia-jubarte, baleia franca austral, golfinhos e tartarugas estão entre as mais impactadas. No Brasil, cerca de 80% das mortes de tartarugas marinhas são causadas por petrechos de pesca fantasma.

Tartaruga marinha emaranhada em rede de pesca fantasma

No mundo, são mais de 136.000 baleias, golfinhos, focas e tartarugas capturados todos os anos pela pesca fantasma – equipamentos de pesca perdidos, abandonados ou descartados nos oceanos.

Além do sofrimento animal, a pesca fantasma também tem impacto devastador nos meios de subsistência das pessoas, diminuindo em até 30% a quantidade de peixes nos oceanos.

A presença de petrechos à deriva em unidades de conservação é muito preocupante