grande fazenda de monocultura

Reunião geral de acionistas da JBS

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Seis motivos que vão muito além dos lucros e pelos quais devemos acompanhar os passos da empresa

A assembleia-geral da JBS, que será realizada em 26 de abril, terá como destaque a possível volta dos irmãos Wesley e Joesley Batista ao conselho de administração da empresa. Porém, chamamos a atenção para outros motivos pelos quais a empresa precisa ser acompanhada de perto. 

1. Empresa de alimentação não tem compromisso em acabar com a fome 

Com o slogan “Alimentando o mundo com o que há de melhor”, a JBS não parece efetivamente se preocupar com o assunto. De acordo com o relatório “Os custos ocultos do monopólio industrial da carne”, uma análise de 171 reuniões do conselho da companhia ao longo de uma década revela que apenas uma delas abordou brevemente o tema do fornecimento de alimentos sob a perspectiva de abastecimento da população. Isso reforça que o atual modelo de sistemas alimentares, o qual a JBS faz parte, não busca atender pessoas, mas sim mercados.  
 
2. Sucesso financeiro da JBS não reflete em melhorias sociais para o país

Segundo o relatório “Os custos ocultos do monopólio industrial da carne”, em uma amostra de cidades onde a JBS atua, houve um aumento da procura pelo Bolsa Família, o que também pode ser considerado um indicador de aumento de pobreza e fome.  O estudo pontua que, embora empregos tenham sido criados, os salários são predominantemente baixos e significativamente destoantes. Enquanto mais de 100 mil trabalhadores da JBS ganham um salário médio de R$ 1.700 mensais – um terço do que é estimado como salário digno no Brasil, – cada um dos cinco principais executivos da JBS fatura cerca de R$ 2 milhões por mês.  

3. O desmatamento faz parte da cadeia da JBS  

Auditoria das fazendas que abastecem diretamente a JBS no Pará revelou, em 2022, que 16,7% delas – ou seja, uma em cada seis – praticou desmatamento para abrir pastagem para o gado. No mesmo ano, a Repórter Brasil mostrou que a JBS comprou quase nove mil cabeças de gado de três fazendas que desmataram a Amazônia em Rondônia.  

A empresa também contribui para o desmatamento ao adquirir os grãos que alimentam esses animais, conforme mostra nosso relatório “Prática atrasada, terra arrasada”. O documento mostra ainda que fornecedores da JBS se apropriaram ilegalmente de terras, impactando a vida silvestre e desrespeitando as comunidades tradicionais.  

Exija que a JBS pare de financiar o desmatamento

4. A JBS compromete seriamente o compromisso climático do país

Um estudo do Observatório do Clima mostrou que os sistemas agroalimentares no Brasil representam 74% das emissões de gases de efeito estufa no país, sendo a pecuária industrial o setor que mais impacta nesse resultado. No entanto, temos dados que indicam que a produção de suínos e frangos da JBS causa emissões equivalentes a 14 milhões de carros nas ruas a cada ano. É evidente que se nada for feito as atividades do agronegócio no Brasil comprometem seriamente a meta do governo de zerar o desmatamento até 2030 e de cumprir acordos climáticos firmados internacionalmente. 

5. Sofrimento animal é inerente à pecuária industrial 

Em 2018, uma investigação da Mercy for Animal registrou funcionários da JBS matando porcos de forma bastante cruel. O tratamento dado aos bois tampouco segue as recomendações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e as práticas dos fornecedores da JBS já violaram a política de bem-estar animal estabelecida pela própria empresa, conforme também já mostrou a Repórter Brasil

Fato é que a pecuária industrial condena bilhões de animais – porcos, galinhas e bovinos – a uma vida repleta de violências e privações. Nesse sistema, animais são criados em espaços minúsculos, sem poder se mexer, com altas cargas de antibióticos (muitos de maneira profilática para que o estresse a que são submetidos não se converta em doença) e sofrendo diversos tipos de mutilações. As atividades do setor são responsáveis ainda por impactos ambientais gigantescos e isso implica também na destruição do território dos animais silvestres.  

6. JBS é sinônimo de greenwashing

Recentemente a Procuradora-geral do Estado de Nova Iorque, Letitia James, ingressou com um processo contra a JBS USA Food Company e a JBS USA Food Company Holdings (JBS USA). A justificativa é que a empresa engana o público sobre a real dimensão dos impactos ambientais que causa, o chamado greenwashing.  Antes do processo do estado de NY, o órgão regulador de publicidade dos EUA também já havia alertado a empresa sobre sua publicidade de descarbonização da empresa, pedindo que revisasse seus anúncios. Outro indicador da maquiagem verde que a JBS tenta usar para atrair acionistas e consumidores, foi o fato de a  Science- Based Targets (SBTi), uma iniciativa colaborativa global que serve como um censor das metas e ações climáticas apresentadas pelas empresas, ter divulgado a “remoção” do compromisso da JBS.    

É urgente! A JBS deve tomar medidas concretas e limpar sua cadeia de fornecedores de uma vez por todas.

O futuro dos animais, de nosso planeta e das pessoas está em jogo.

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